domingo, 27 de março de 2011

Nacional da 3ª Divisão - 7ª ronda

GX Porto C  1 - 3  AC Alfenense

Adelino Botelho (1648)  1/2 - 1/2  Francisco Assunção (1519)
José Manuel Lopes (1607)  1/2 - 1/2  António B. Pintor (1499)
Fernando Carvalho (1571)  0 - 1  José Pintor (1397)
António Adalberto Mendes (1554)  0 - 1  Tiago Pereira  (1228)



E por fim, chegámos à ronda das decisões na 3ª Divisão. A precisar no mínimo de um empate, que nos garantia de imediato a manutenção.
À entrada para o meu jogo, infelizmente, ainda não tinha reparado nesta foto do meu adversário. Como se vê, o meu adversário, no jogo desta foto, jogou da mesma forma que no meu jogo. Provavelmente, se o soubesse, teria jogado de forma diferente. A minha abertura não correu grande coisa. Aventurei-me demasiado com o 7. e5?! e a consequência foi um roque desfeito e duas fragilidades medonhas em f6 e f7. Felizmente o meu adversário fez lances pouco precisos e consegui com alguma tranquilidade segurar o empate, num jogo que não teve muita história. No final ainda houve uma pequena discussão para comprovar que foi empate, comprovado de seguida pelo árbitro Joaquim Brandão de Pinho.
O primeiro jogo a terminar foi o de José Pintor. Fernando Carvalho decidiu ser agressivo e começou a sacrificar material sem nunca ter conseguido compensação. O resultado foi um final em que as pretas acabaram com um sem número de material a mais, e uma desistência forçada. Tiago Pereira, desde cedo a perder por uma peça, conseguiu recuperar, beneficiando de um erro crasso do adversário, para ganhar o jogo com tranquilidade. Por fim, António B. Pintor, com uma inglesa pouco ambiciosa, conseguiu um empate.
O resultado foi muito importante para carimbar de vez a manutenção, numa prova muito bem conseguida. O nosso 4º lugar final, em igualdade pontual com o Millennium BCP, é um bom resultado, num série nada fácil. Para o ano haverá mais.


Classificação final:



sábado, 26 de março de 2011

Nacional da 3ª Divisão - 6ª ronda

AC Alfenense 1.5 - 2.5 Profigaia Chess

Francisco Assunção (1519)  1 - 0  Carlos Pereira (1988)
António B. Pintor (1499)  1/2 - 1/2  Bruno Figueiredo (1967)
José Pintor (1397)  0 - 1  João Pedro Ferreira (1711)
Tiago Pereira (1228)  0 - 1  Nuno Maio (1551)



Nesta antepenúltima ronda do Nacional, defrontamos a equipa do Profigaia. Um pouco desfalcados, devido à indisponibilidade do Hugo Soares foi por pouco que não conseguimos uma surpresa.
No meu jogo, já ia com quase com total certeza que o meu adversário jogaria a siciliana, pois praticamente todos os jogadores do Profigaia apreciam esta abertura. Não estudei nada de especial sobre aquilo que joguei mas mantive sempre alguma iniciativa, e o jogo foi sempre equilibrado. De alguma forma ainda me sinto um pouco inseguro frente a siciliana, quando esta é jogada por boas mãos e daí a minha escolha. O mal foi que bem cedo entrei em apuros de tempo. No momento em que dei a qualidade já tinha menos de 10 minutos, daí que tenha falhado aquela simples táctica. Mesmo assim, consegui arranjar compensação e a sua vantagem nunca foi clara de todo. A partir daqui o jogo foi muito intenso e já quando me faltavam pouco segundos no relógio, fiz um lance em que acabaria por perder o jogo automaticamente, em 2 lances. 39. Nxf5? devia ter sido respondido com Qg4+ seguido de Qxf5 que ganha um cavalo limpinho. O meu adversário já com um mate em mente jogou Rg6+ e deu uma torre limpinha. A partir daqui, o meu adversário até me ofereceu empate, o que obviamente recusei. Tudo porque segundo consta, algum dos jogadores do Profigaia teria que ir embora até às 18h30, e como já passava, o meu adversário teve de desistir numa posição já perdida. Foi mais uma vitória tirada a ferros, com alguma sorte à mistura. 
Foi pena que o resultado colectivo não fosse o melhor. O primeiro jogo a acabar foi o de Tiago Pereira, que desde cedo teve com uma peça a menos e não ofereceu grande resistência. De seguida António B. Pintor e Bruno Figueiredo empataram na seguinte posição: 
António, de pretas jogou cxd6. Durante o meu jogo, olhei para o lado e pensei no quanto espectacular seria Nxh2?! E logo que foi acordado o empate discutimos esse lance. Mas infelizmente as brancas têm Qd5+ Kh8 e Rf2!. As pretas não podem tomar a torre devido à ameaça de mate na última fila. Teriam de fugir com a torre, e o cavalo caía. O jogo prosseguiu com cxd6 Qd5+ Rf7 Qa8+ Rf8 Qd5+ e repetição de lances, quando segundo uma ligeira análise no Chessmaster, dá ligeira vantagem de -0.8 para as pretas.  O Chessmaster sugere na posição acima c6!?, um lance que parece evitar o perpétuo, e que seria muito difícil de encontrar. Por fim, José Pintor em vantagem de um peão, falhou uma táctica que levou a que perdesse a dama. O resultado acabou por ser justo e força-nos a conseguir pelo menos um empate no próximo e derradeiro jogo de amanhã com o GX Porto C.

Classificação à entrada para a última ronda:


segunda-feira, 21 de março de 2011

2 temas típicos

Aqui ficam 2 puzzles que têm tanto de espectaculares como de decisivos em qualquer jogo.

Cliquem aqui para testarem a vossa ideia. Boa sorte!

sábado, 19 de março de 2011

Taça AXP 2011 - 4ª ronda

O nosso jogo da 4ª ronda da Taça AXP, foi adiado para ontem à noite, porque no sábado, data anteriormente marcada, tínhamos a Final Distrital de Jovens. A solução que encontramos foi fazermos o jogo na nossa sede, mas com o primeiro tabuleiro a jogar de pretas. Defrontamos os detentores da Taça, mas prometíamos dar luta.

Moto Clube do Porto A  3 - 1 AC Alfenense A

Luís Araújo (1941)  1/2 - 1/2  Francisco Assunção (1506)
Nuno Sousa (1978)  1 - 0  Hugo Soares (1573)
António Matos (1650)  1 - 0  António B. Pintor (1499)
António Mendes (1546)  1/2 - 1/2  José Pintor (1397) 


Parti para este jogo sem grande abertura preparada. Pensei jogar a eslava, talvez inspirado pelas recentes performances de Levon Aronian em Amber, mas não gostei e decidi ir em busca da Blumenfeld. Mas quando vi 4. Nc3, pensei, desta não estava à espera. E agora? Estive 10 minutos em busca do melhor plano. E a minha decisão foi partir em busca da defesa Hedgehog, que em inglês significa porco-espinho. Tudo porque apesar de ser muito, mas mesmo muito, passiva, é extremamente sólida e as pretas não têm nenhuma fraqueza. Magnus Carlsen, uma vez por outra, joga este tipo de sistema. A abertura não me trouxe problemas. A parte má foi que tive dificuldades em desenvolver o meu bispo das casas brancas, e quando fiquei a perder um peão por uma táctica que se me escapou a lance 20, o bispo ainda estava por desenvolver.
Apesar de ter logo entrado numa posição asfixiante, consegui trocar as torres e a dama e parti para um final que não era fácil, tanto para eu empatar, como para as brancas ganhar. A partir de 34. a5! passo de +1.5, que era a vantagem após 20. Nd5, para +0.6 e as brancas deram o sintoma que as coisas não corriam bem após o 36. Kg2. A partir daqui não cometi mais erros e aguentei-me bem garantindo o empate numa posição em que ainda tinha um peão a menos. De alguma forma comparo este final ao que joguei com o Nuno Andrade no Apuramento para a Final de Jovens. Nesse jogo tinha empate graças a uma barreira que conseguia formar e que impedia o avanço do rei inimigo, aqui usei essa técnica para segurar o empate. O que não vale aprender com os erros...
Nos outros jogos, o poderio do nosso adversário prevaleceu. O meu jogo foi o primeiro a acabar. Pouco depois, o valor da peça mais forte das pretas na benoni, o bispo das casas pretas, prevaleceu perante Hugo Soares que chegou a um final com uma peça a menos. José Pintor teve em vantagem desde o início, com um brilhante sacríficio de torre. Contudo, a fraca mobilidade das suas peças foi a receita para se ter deixado empatar ao fim de mais de 80 lances. António B. Pintor, com queixas de dores de cabeça, conseguiu uma posição dinâmica bem cedo. No entanto, com um lance arriscado, perdeu uma peça, e a partir daí o seu ataque perdeu força. O resultado foi justo, mas parece-me que com a equipa sem dores de cabeça e mais atenta poderíamos ter conseguido uma surpresa. O balanço final da nossa participação na Taça AXP é muito positivo, com a histórica chegada à 4ª ronda. Vejam a reportagem fotográfica de Juliana Chiu aqui. No próximo fim-de-semana temos jornada dupla na 3ª Divisão, com as 2 últimas jornadas.

terça-feira, 15 de março de 2011

O Xeque do Pastor faz um ano!

Parece que foi ontem, mas este blog está de parabéns e hoje comemora 1 ano desde que foi criado. O balanço parece ser bastante positivo, tanto ao nível da organização do blog, que tem melhorado no rigor das suas análises, como na minha evolução enquanto jogador, que culminou com o recente título alcançado no Distrital de Jovens. Ficam os votos que para o futuro, possa festejar este aniversário muitas mais vezes, sempre com sucessos pessoais e xadrezísticos. Obrigado a todos os que me motivaram, em especial aos habituais comentadores. 

Deixo-vos com alguns dados estatísticos acerca deste primeiro ano:

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segunda-feira, 7 de março de 2011

Actualização da Final Distrital de Jovens sub-20

Decorreu ao longo da última semana, a Final Distrital de Jovens. Para cada jogo que fiz darei uma breve palavrinha e farei um balanço final. Este torneio tinha-me corrido especialmente mal no ano passado, e estava com muitas dúvidas de como me ia dar. Talvez essa forte derrota no ano passado, tenha servido como mote para boas exibições.


1ª ronda - João Pintor (1134)  0 - 1  Francisco Assunção (1506)


Devido a indisponibilidade de muitos dos apurados, tiveram que ser repescados jogadores de outros escalões. Um deles foi João Pintor que ficou nos últimos lugares do escalão sub-16. 
Como meu colega de clube que era, já sabia, de longe, o que ele jogava. Joguei a escandinava para a treinar mais uma vez. Logo ao lance 5 o meu adversário começou-me a oferecer uma peça, e logo a seguir um peão, e outro peão, e um bispo, e quando finalmente ofereceu a dama, desistiu. O único erro que tive foi o meu último lance que ganha a dama, dado que com 19...Qxd3+ teria mate em 3. O Houdini 1.5 descobriu após 34 minutos de intensa reflexão, um mate em 13 a partir de 19...Ne4+, certamente calculado por João Pintor, levando-o a desistir.


2ª ronda - Francisco Assunção (1506)  1/2 - 1/2  Nuno Andrade (1686)



No jogo com Nuno Andrade, ganhei um peão bem cedo. Mas com um perigoso ataque que o meu adversário teve ao meu roque, vi-me forçado a trocar as peças e a jogar pelo seguro, para garantir pelo menos o empate, num final de bispos de cores opostas.

3ª ronda - Catarina Guerra Costa (1724)  0 - 1  Francisco Assunção (1506)



De seguida, tive provavelmente, o meu jogo mais cansativo de sempre. Após cerca de 4 horas, num jogo em que as pretas tiveram quase sempre ligeira vantagem material, e de tempo, consegui desatar o nó e ganhar o jogo de vez. Foi especialmente engraçada a quantidade de vezes em que "ofereci" a minha dama com tácticas interessantes, que punham a torre adversária sempre sob intensa pressão. De alguma forma penso que isso desorientou a minha adversária que já tinha muito pouco tempo no relógio.

4ª ronda - Francisco Assunção (1506)  1 - 0  Simão Pintor (1831)



No dia seguinte, defrontei o campeão em título sub-20. Troquei as peças que achei necessárias e encontrei uma posição confortável. O meu adversário começou logo a puxar o seu rei para o centro, já a pensar no final. E no exacto momento em que tentou trocar as damas, encontrei um lance que rompeu com o jogo todo das pretas. 17.d6! lança um peão intocável colocado frente a frente com o rei inimigo. A posição tornou-se tão asfixiante que acabei por ter mate poucos lances depois.

5ª ronda - Bruno Horácio Alves (1165)  0 - 1  Francisco Assunção (1506)



No mesmo dia deu para fazer mais 2 jogos. Frente ao jovem sub-16 Bruno Alves, em pouco mais de 10 minutos dei um mate muito simples, com um jogador "doutro campeonato"

6ª ronda - Francisco Assunção (1506)  1 - 0  José Pedro Moreira (1251)


Com José Pedro Moreira não foi menos difícil. O lance que gastei mais tempo (cerca de 10 min) foi o 10. Bd5. Não por ser dificil, mas por haver muitas hipóteses. Pensei em Bxf7, Qe2 Re1, Qd5 e Bd5. Todas parecem ganhar material. Vi que Qd5 ganhava a torre mas preferi comer o cavalo que a torre. Tudo isto porque via um bispo um cavalo e talvez uma dama em h4, apontada ao meu simples roque. Preferi jogar pelo seguro e dei-me bem. Com uma distracção, o meu adversário deu-me a dama, e com a classe do 17. Bxh7+ iniciei uma sequência imparável de mate em 6.

9ª ronda - Alexander Cardoso (1714)  0 - 1  Francisco Assunção (1506)



Na última quinta-feira à noite, joguei com Alexander Cardoso, um dos jogadores que até então parecia em melhor forma. No início desenvolvi as peças em direcção ao roque inimigo, deixando espaço para o meu adversário, na minha ala da dama. Depois da saída do meu bispo das casas brancas, a diagonal a4-e8 ficou frágil, e fiquei admirado do meu adversário não ter explorado essa debilidade. A partir do lance 12...e5, as pretas têm vantagem e dizem ás brancas que 11.b4 foi perda de tempo. A partir do momento que entrei com a torre em d3, o jogo já está perdido para as brancas e o resto era uma questão táctica, e felizmente não falhei absolutamente nada.

8ª ronda - Francisco Assunção (1506)  1 - 0  Tiago Pereira (1228)



Com o meu colega de clube Tiago Pereira, joguei a Alapin para tentar surpreender a sua ainda imatura siciliana. O Tiago até se foi safando bem, até ter oferecido uma peça de forma quase óbvia com 15. Bh6?. A partir daí não demorei a concretizar a vantagem de forma tranquila.

7ª ronda - José Pedro Miranda  1/2 - 1/2  Francisco Assunção



No meu último jogo (este jogo foi adiado para o último dia por indisponibilidade do meu adversário), joguei com o José Miranda, já a saber que me bastava um empate para ser campeão. Apesar de tudo, nunca joguei para o empate, e joguei duma forma flexível para tentar arrancar uma posição favorável. Ao fim de poucos lances, a posição ficou tão fechada, que era necessária uma grande originalidade para criar um plano com algum fundamento. Propus empate, e o meu adversário concordou comigo e aceitou.

Com tudo isto e após uma performance de 2002 pontos de elo, acabei por me sagrar o novo Campeão Distrital sub-20. Ora, se me perguntarem, nem eu estava a espera disto e achava até que o pódio até seria um pouco puxado para as minhas expectativas. Espero que a minha repentina boa forma seja sinal de evolução e não de inspiração momentânea. Com este prémio, acabei por desde já garantir o apuramento para a final do próximo ano, juntamente com 66 (!) pontos de elo que irão ser amealhados já em Maio. Ora, se na 3ª divisão estou a ganhar 32 pontos quando faltam 2 jogos, neste momento tenho um elo virtual de 1604, o que já é uma grande subida.

Uma nota para as prestações dos meus companheiros, José Pintor confirmou a boa forma do apuramento e sagrou-se Vice Campeão sub-16. Hugo Gomes foi 5º nos sub-14, António B. Pintor foi 6º e Diana Ribeiro 9º nos sub-18. A última sagrou-se também campeã feminina. No meu escalão, João Pintor foi 9º, e Tiago Pereira 7º. Existe uma grande probabilidade de todos os que não têm conseguirem Elo FIDE já em Maio.

O próximo jogo é o da 4ª ronda da Taça AXP, que foi adiado para 18 de Março.