quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

VI Arte da Guerra - 4ª ronda

4ª Ronda - Francisco Assunção 1505 (4) 1/2-1/2 Hugo Soares 1537 (3)


Chegados á 4ª ronda do torneio, estavámos exactamente a meio do mesmo, lembrando que o torneio tem 7 rondas. Eu e o meu companheiro Hugo Soares seguíamos destacados na frente com um ponto de vantagem sobre os demais. Por isso neste jogo em que nos defrontámos, não havia razões para arriscar, e o jogo teve mesmo essa vertente, em que as trocas começaram a processar-se desde cedo, e nunca se pôde dizer que um dos lados estava em vantagem em relação ao outro. As trocas foram constantes, e chegamos a um final em que havia chances de ambas as partes de criar um peão passado. Após f4 ofereci empate, que foi aceite pelo meu adversário. Segundo o Houdini 1.5, a engine que recentemente bateu o Rybka 4, as pretas têm uma ligeira vantagem de +0.15.
Este empate mantém tudo em aberto no torneio. Aparentemente, 7 jogadores parecem já distanciar-se da concorrência e estão em muito boa posição para decidir entre si o apuramento. A próxima jornada será muito importante. Segundo os cálculos do Hugo Soares, jogarei de pretas frente ao habitual comentador deste blog, Rui Miranda :).

Classificação Actual: 


1º Hugo Soares                  3,5 pts
    Francisco Assunção
3º José Pedro Cachorreiro  3 pts
    Fernando Azevedo 
    Jorge Dias
    Rui Miranda
    Hugo Moreira
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sábado, 22 de janeiro de 2011

Campeonato Nacional 3ª Divisão - 3ª Ronda

Prosseguiu hoje o Campeonato Nacional da 3ª Divisão, e com um jogo em que tínhamos pela frente o Clube Millenium BCP.


Clube Millenium BCP 2-2 AC Alfenense

Mário Marques (1766) ½-½ Francisco Assunção (1505)
Jorge Pinheiro (1569) ½-½ Hugo Soares (1537)
António Araújo (1682) 0-1 António B. Pintor (1499)
Bernardino Pereira (1344) 1-0 José Pintor (1397)



Neste jogo não preparei nenhuma abertura especial e inovadora para jogar. Com 3...c5 tentei entrar na linha do contra-gambito de Blumenfeld, mas o meu adversário optou por sair do livro com e3, transformando o jogo numa espécie de defesa Tarrasch para o gambito de dama. O jogo seguiu equilibrado, trocaram-se algumas peças, até ao momento em que parece que as pretas ganham alguma vantagem no centro com 14....e4. Este lance tem um lado mau, dado que abre os buracos de d4 e f4 para o cavalo das brancas. Por isso tratei de eliminar aquele cavalo com 15...Ba6 e 16...Bxe2. Era tempo de construir um plano. A minha ideia era por o meu cavalo d3 porque rapidamente percebi que essa seria uma casa fantástica para ele. 17... Qg4 é baseado nisso. Previa 18. Qxg4 Nxg4 19. h3 Ne5 e no lance seguinte Nd3. O meu adversário não me quis facilitar a vida, e pouco tempo depois tive de repensar o plano e recolocar a dama em e6. Mesmo assim a ideia manteve-se e consegui mesmo levar o cavalo para d3. Pena foi que o "animal" não se manteve ali muito tempo, o meu adversário decidiu sacrificar a qualidade e abrir a diagonal para o seu bispo das casas brancas.  Este sacríficio não teria lógica caso no lance anterior tivesse jogado dxe4. Neste caso, a compensação foi mais que suficiente. Mesmo assim, não pensei que o meu adversário jogasse isso e nem sequer calculei porque previa que fosse mau para ele.

A partir daí efectuei algumas trocas, nomeadamente a dos bispos das casas pretas, em que impedi que o meu adversário continuasse com o famoso par de bispos e pudesse fazer alguns estragos com o seu peão passado . Curiosamente, e contrariamente ao que eu pensava na altura, estava com ligeira desvantagem e era difícil encontrar um plano lógico, porque as brancas não tinham pontos fracos. Ao lance 42 tive uma pequena infelicidade. Tinha pegado na minha torre de e5 e tinha-a movido para e8, sem a ter largado. Rapidamente percebi que o meu adversário teria Bf7+ e ganhava a minha torre. Fui forçado a jogar a mesma torre, e o único lance razoável que tinha era sacrificar a qualidade e partir para um final extremamente complicado. No entanto o meu adversário errou com 45. Rb5? Este lance teria toda a lógica se o meu rei não chegasse a tempo de apanhar o peão que protegia a torre adversária. Calculei e rapidamente percebi que, depois da troca, o peão de b5 estava perdido. Nessa altura pensei mesmo que poderia ter hipóteses de ganhar, se as brancas não conseguissem proteger o peão de b3. Mas o meu adversário defendeu-se bem e segurou o meio ponto, que afinal de contas era o resultado certo caso não houvessem erros de parte a parte neste final.

Após quase 3 horas e meia de jogo, este foi o último jogo a acabar. Com um erro crasso de José Pintor, um toque de telemóvel de António Araújo, e o desperdiçar de um final ganho por parte de Hugo Soares, o meu jogo acabou por decidir o resultado do encontro. O empate foi minimamente satisfatório e ainda deixa em aberto as contas da manutenção. A próxima jornada jogar-se-á a 19 de Fevereiro, em que iremos receber o GD Dias Ferreira III.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A fúria de um jogador de xadrez...

Hikaru Nakamura é considerado um prodígio no xadrez moderno, e é conhecido pela sua habilidade especial em jogos blitz. No entanto, este jogador acaba por ter um temperamento um tanto especial em reagir às derrotas, conforme prova o vídeo abaixo. O jogo foi do último campeonato do mundo de blitz que teve lugar em Novembro último. O seu adversário era Fabiano Caruana.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

VI Arte da Guerra - 3ª ronda

3ª ronda - Carlos Ribeiro 1704 (7)  0-1  Francisco Assunção 1505 (4)

Na ronda anterior deste torneio tinha avisado que ainda não tinha tido tempo para aquecer, porque os jogos até à data, tinham sido bastante fáceis. Na preparação para este jogo, sabia que ia defrontar um adversário complicado, com chances de constar num dos lugares ao apuramento. Preparei algo para jogar frente a um e4 do meu adversário, e fiquei muito surpreendido com a escolha do meu adversário do ataque Trompowski que usou. Mesmo assim sabia os lances base, sabia que 2. Ne4 era uma resposta muito dinâmica, e a partir daí improvisei. Dei-me bastante bem com a abertura, e ganhei alguma iniciativa desde cedo. Muito motivado pelos lances 6. Bb5? e 7. Bxd7??. O facto das brancas terem trocado os bispos das casas brancas, fortaleceu o meu cavalo de e4. Para além disso foi trocado um bispo bom das brancas por um bispo meu que  praticamente não tinha para onde ir. 6. Bd3 era muito melhor. No final ainda desenvolvi mais um cavalo para d7, e ao lance 8, praticamente que jogava de brancas e tinha a iniciativa de jogo. 

A partir daí decidi liquidar as hipóteses de contra-jogo das brancas. Troquei as damas e o meu bispo pelo cavalo de a3, para que as brancas não pudessem explorar o quadrado b5 com alguma dessas peças. O jogo transformou-se num empate teórico em que faltavam fragilidades que pudessem ser exploradas de parte a parte. As brancas decidiram arriscar para tentar vencer com 22. c4?! No momento em que o meu adversário  jogou este lance, olhou para mim com cara de quem pensa que finalmente ganhou alguma vantagem, mas eis que encontrei uma táctica fantástica, que na realidade já tinha sido prevista a alguns lances atrás, com o grande lance 23....cxb3!! Adorei este lance. "Ofereci" uma torre e um cavalo em que nenhum deles podiam ser comidos sob pena de desvantagem material. O engraçado é que qualquer lance que não fosse este, daria em desvantagem para as pretas. Aparentemente parecia que o meu peão de c estava cravado, o que torna este lance ainda mais "irreal". O meu adversário não pensou nele e acabou por ser decisivo. A partir daí deu para cometer algumas imprecisões e controlar minimamente o rumo dos acontecimentos da melhor forma que consegui. As linhas que falhei podem ser vistas no jogo com alguma análise. Como curiosidade, fiz este jogo no dia em que pela primeira vez ultrapassei os 2300 de rating do Tactics Trainer do Chess.com. O que não vale ter o olho apurado para este tipo de lances ;)

Esta vitória pode bem ser uma vitória importante na decisão deste torneio. Na próxima ronda defrontarei de brancas, o meu colega de clube Hugo Soares que segue isolado juntamente comigo no topo da tabela. Mais um combate "fraticida" , a fazer lembrar a edição do ano passado.


Classificação Actual:


1º Hugo Soares 3 pts
    Francisco Assunção 3 pts
3º Carlos Ribeiro 2 pts
    Jorge Dias 2 pts
    José Pedro Cachorreiro 2 pts
    André Martins 2 pts
    Fernando Azevedo 2 pts
    André Costa 2 pts
    Hugo Moreira 2 pts
    Luís Dias 2 pts
    Rui Miranda 2 pts
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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Mate em 18!

Para que vocês possam ter o privilégio de se gabarem aos vossos amigos que conseguiram calcular um mate forçado em 18 lances, aqui vai a vossa (única) chance. Debruçem-se sobre o tabuleiro abaixo e mostrem o que valem. Jogam as brancas

q1qqqrk1/qqbb2p1/1rq1p1P1/2n5/5n2/5P2/5K2/QRRRRRRR w - - 0 1

O puzzle é da minha autoria mas assenta num padrão táctico que tomou o nome de Mate Damiano, em homenagem ao mestre português dos primórdios do xadrez, Pedro Damiano, que, segundo consta, o usou. Ou seja, esta posição apesar de ser hipoteticamente impossível, apenas serve como "arranjo floral" a um padrão táctico simples.
Ok, não é preciso dizerem os lances todos. Basta darem a ideia que rapidamente se percebe ;)

Boa sorte :)

domingo, 16 de janeiro de 2011

Campeonato Nacional 3ª Divisão - 2ª Ronda

Foi hoje dado o tiro de partida para a Campeonato nacional da 3ª divisão, pelo menos no que toca ao AC Alfenense, que folgou na primeira jornada.

AC Alfenense 0.5 - 3.5 GX Porto IV


Francisco Assunção (1505) 0-1 Nuno V. Sousa (1742)
Hugo Soares (1537) 0-1 André Ventura Sousa (1607)
António B. Pintor (1499) 0-1 Álvaro Brandão (1730)
José Pintor (1397) 0.5-0.5 Rui Wang (1565)

Apesar do nosso adversário ser a equipa D do GX Porto, é de realçar que na jornada anterior havia batido  a equipa C o que demonstrava que esta equipa tem qualidade. Para além do mais, esta equipa juntava 3 jovens em ascensão, à experiência de Álvaro Brandão. A tarefa era complicada. Vamos ao meu jogo.


O meu jogo foi bastante equilibrado, e com incerteza do resultado até bem perto do fim. A começar pela abertura, escolhi d4 porque imaginava que o meu adversário tivesse algo preparado para um possível e4. No início demorei a por o cavalo em c3 com o objectivo de evitar Bb4 e a defesa nimzo-indian, que já sabia que o meu adversário apreciava. O jogo abriu quando as pretas arriscaram e jogaram 14. f5?! Pareceu-me um lance demasiado ofensivo, uma vez que acabou por dar a casa de e5 para o meu cavalo. O lance 15. Bb5! tem exactamente esse propósito de remover o cavalo de d7 para que o meu cavalo se aloje em e5. O jogo manteve-se equilibrado, sempre com iniciativa de parte a parte. O lance 43. Kf6! de certa forma me desorientou porque não estava a espera. A partir daí tinha a volta de 15 min no relógio e quis simplificar o jogo. O lance 45. Qxd6+?!, apesar de bonito, é pouco eficaz e deita tudo a perder. 45. Qb8 seria um lance que punha a dama a tomar conta da última fila e impedia que as pretas tocassem nos meus peões centrais. A posição do rei preto tornar-se-ia mais vulnerável e o jogo mantinha-se equilibrado. A partir daí o jogo não teve grande história.

Quanto aos outros jogos, Hugo Soares e António B. Pintor, com algumas distracções perderam, enquanto que José Pintor arrancou um empate  por distracção do adversário, num final semelhante aquele em que eu venci ainda a pouco tempo Rúben Freitas em Dezembro no Apuramento de Jovens, ou seja, 2 peões contra torre. O resultado acabou por ser, de alguma forma, o esperado, e demonstrou que ainda teremos de suar para conseguir a manutenção desejada. Na próxima semana teremos um adversário directo nessa luta, o Clube Milllenium BCP.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

VI Arte da Guerra - 2ª ronda

2ª Ronda - Francisco Assunção 1505 (4)  1-0  Luís Dias 1497 (9)





Neste jogo, previa um jogo rápido, não pela incapacidade do meu adversário, mas mais porque Luís Dias não tem muito o hábito de pensar durante largos minutos. Joguei d4 com o objectivo de prolongar a pressão no centro de uma forma mais contínua, evitando surpresas na abertura e alguns "flashes" tácticos que o Luís por vezes consegue fazer. A abertura correu sem grandes complicações. Chegados ao lance 12, acabei por abrir a coluna f, adiando ou mesmo talvez hipotecando o meu possível roque. Mesmo assim a compensação que eu teria, acabaria por ser um bispo mau para o adversário, e uma coluna f para possíveis ataques. O que não esperava foi que o meu adversário me oferecesse a dama! Após alguns risos e a desistência do meu adversário, Luís revela-me a sua ideia: 13. Bxc4 Qh4+ 14. g3 Qe4 e as brancas parecem muito mal. Isto seria um grande sonho, mas era se eu estivesse a dormir, coisa que, por acaso, não aconteceu. Já agora, admito que o 1º lance que me veio a cabeça foi 13. Bxc4 mas não demorei muito a perceber a "tragédia" e nem pensei duas vezes :). Na próxima jornada parece que as coisas já serão mais a sério, e defrontarei Carlos Ribeiro de pretas, um dos candidatos ao apuramento.

Classificação actual:

1º Hugo Soares 2 pts
2º Francisco Assunção 2 pts
3º André Martins 2 pts
4º Carlos Ribeiro 2 pts
5º Jorge Dias 2 pts
6º José Pedro Cachorreiro 1 pt
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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

VI Arte da Guerra

Arrancou ontem em Santo Tirso, o VI Arte da Guerra, que ao mesmo tempo é a preliminar A para o Distrital Individual deste ano. Como primeiro jogo, e curiosamente, coube-me em sorte o último classificado da edição anterior.


1ª Ronda- Albano Moreira 1206 (15)  0-1  Francisco Assunção 1505 (4)


De alguma forma previ um jogo fácil, em que esperava estar em posição vitoriosa em menos de 20 lances. O que não previ foi que o meu adversário me oferecesse as peças, em vez de ser eu a ir atrás delas. os lances 10. Nd5?? e 43.Rxe8 são, no mínimo bastante infantis. Assim limitei-me a controlar e não precisei de arriscar minimamente para garantir o ponto. Na próxima semana, segundo os meus cálculos, deverei jogar com o Luís  Dias de brancas, mas convém esperar para que saia o emparceiramento oficial.

Por fim, uma breve referência aos comentários que têm sido publicados pelos leitores. Na minha opinião e como acho que devemos ser responsáveis por aquilo que dizemos, nas definições do blogue permiti que os comentários fossem automaticamente expostos sem que fosse necessária a minha aprovação. Por isso pediria que sempre que possível, se identificassem, para que desta forma se evitem situações desagradáveis.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Ano Novo, Novos torneios

Com o novo ano chegam também, e tal como habitual, as novas listas FIDE. Com os recentes resultados no Apuramento para o Distrital de Jovens, e como já tinha destacado em 5 jogos ganhei 40 pontos de elo FIDE, passando agora a figurar com 1505 pontos. Esta subida acabou mesmo por ser a 10ª maior do país conforme comprova o xadrez64:

Quanto a próximos torneios, nestes primeiros meses terei a minha agenda preenchida com o 6º Arte da Guerra, que se realizará nas primeiras 7 quintas feiras do ano no Museu Abade Pedrosa em Santo Tirso. Este acaba por ser um torneio que me traz boas memórias já que acabou por ser a minha primeira competição oficial em que obtive o primeiro lugar. Veremos se este ano estas imagens se repetem :)






Por fim, desejo um Bom Ano de 2011 a todos vocês com votos que os vossos desejos se concretizem :)