domingo, 27 de junho de 2010

Distrital de Semi-Rápidas Colectivo

Como disse ontem, hoje decorreram os distritais de semi-rápidas na variante colectiva, mais uma vez em Gaia.

A minha equipa foi constituída da seguinte forma: AC Alfenense A: José Pintor, António Abranches Pintor, Francisco Assunção e António Bastos Pintor.

Segundo a ordenação feita pelo elo médio das equipas, nós éramos à partida os 7º do ranking inicial, num total de 16 equipas. Os jogos que tivemos foram os seguintes. Irei analisar, como é óbvio apenas os meus jogos.

1ª Jornada - AC Alfenense A (7) 4-0 AP Vila d' Este B (15)

Neste jogo pouco há para contar. Joguei com a jovem Mafalda Oliveira, que tem a particularidade de ter um dos elos mais baixos do país (915). A diferença era notória, e vencemos com naturalidade.

2ª Jornada - GD Dias Ferreira A (2) 4-0 AC Alfenense A (7)

Daniel Quintã 1-0 José Pintor
Fernando Nora 1-0 António A. Pintor
Henish Balu 1-0 Francisco Assunção
Nuno Andrade 1-0 António B. Pintor


Neste jogo acabei por ser vítima de um ataque severo ao meu roque numa siciliana dragão de roques em lados opostos. O meu ataque do lado da dama foi nulo, porque não encontrei tempo na minha defesa para isso.

3ª Jornada - AC Alfenense A (7) 1.5-2.5 Pontex A (8)

José Pintor 0-1 André Costa
António A. Pintor 1/2-1/2 André Martins
Francisco Assunção 1-0 Jean-Jacques Costa
António B. Pintor 0-1 Paulo Topa

Neste jogo, o meu adversário usou a defesa siciliana e eu respondi com a variante Alapin (2.c3). O jogo prosseguiu equilibrado, mas sempre com iniciativa das brancas. Até que chegámos à seguinte posição.

O meu adversário atrasou o roque e jogou ...f6? isto é um erro porque levou a Qh5+ Kf8 Ng6+ ganhando a torre. A alternativa g6 levava naturalmente a Nxg6. A partir daqui controlei e o meu adversário não demorou a desistir. Neste encontro extraiu-se um resultado pouco positivo, por alguma certa falta de inspiração dos meus companheiros. Contudo, num outro jogo, numa outra situação de maior atenção, teriam capacidade para vencer esta equipa do Pontex A por boa margem.

4ª Jornada - GD Dias Ferreira B (5) 1-3 AC Alfenense (7)

Pedro Mendes 1/2-1/2 José Pintor
Miguel Simões 1/2-1/2 António A. Pintor
Hugo Vilela 0-1 Francisco Assunção
Rui Silva 0-1 António B. Pintor

Neste jogo respondi à abertura d4 com a defesa Grunfeld (1.d4 Nf6 2.c4 g6 3.Nc3 d5). O jogo prosseguiu sempre com iniciativa por parte das pretas. Mesmo assim, as brancas foram conseguindo trocar peças até que chegámos a esta posição.

Aqui as pretas parecem em vantagem por terem dois peões passados. Mas aqui as brancas cometeram um erro ao jogarem Bf6-e7?. Aqui as pretas podem responder com c4 ameaçando o bispo e a torre. O meu adversário respondeu com Re3 e eu ganhei o bispo em e7. A partir daí a vitória foi fácil.

5ª Jornada - Moto Clube do Porto B (6) 1-3 AC Alfenense (7)

Aníbal Nogueira 1-0 José Pintor
Diana Nogueira 0-1 António A. Pintor
João Luís Martins 0-1 Francisco Assunção
Inês Messeder Ferreira 0-1 António B. Pintor
No meu jogo usei a defesa escandinava (1. e4 d5). O meu adversário, pouco acostumado a esta abertura, jogou 2.Nc3?! deixando-me jogar d4. Assim fui liderando em termos de desenvolvimento até que se chegou à seguinte posição.


Aqui aventurei-me com Nb4. Assim ofereci o peão de e5 em troca de múltiplas hipóteses de ataque. Na minha cabeça estava algo do género Nb4 Nxe5 Bd6 Bf4 Ra2 com hipóteses de ataque. Mesmo assim naquela altura teria mais tempo para pensar no melhor ponderando a ideia Qb8 por exemplo. O problema foi que o meu adversário jogou Nxe5, eu respondi com Bd6 e o meu adversário jogou Nf3?? levando a um mate interessante com Nxd3#.
A equipa parecia assim bem embalada e recuperada da derrota amarga perante o Pontex A.

6ª Jornada - AC Alfenense A (7) 1-3 Moto Clube do Porto A (1)

José Pintor 0-1 Nuno Sousa
António A. Pintor 0-1 Luís Araújo
Francisco Assunção 0-1 Emanuel Sousa
António B. Pintor 1-0 Nuno Messeder Ferreira
Chegámos surpreendentemente a jogar na primeira mesa com os líderes o que nos dificultou a tarefa. Este jogo foi emocionante e bem disputado da primeira à última peça jogada. O meu adversário usou a moderna defesa Petrov (1.e4 e5 2.Nf3 Nf6). Motivado pelo facto de sentir que não tinha nada a perder neste jogo, decidi arriscar e a verdadeira guerra começou nesta posição.
Aqui arrisquei e joguei Bxh6. Pareceu-me uma opção interessante uma vez que imaginava boas hipóteses de ataque que se vieram a confirmar. Seguiram-se os naturais gxh6 Qxh6. No entanto a luta estava ainda no início e era preciso consolidar o ataque.

Chegou-se à posição chave do encontro.
Ainda não consultei nenhum poderoso programa de xadrez mas penso que aqui fiz uns dos meus melhores lances desde que comecei a jogar xadrez na vida Rxe4!! Como se nota as pretas não podem tomar imediatamente a torre devido a Ng6#. Rxe4 é assim bom porque evita Re8 por parte das pretas o que poderia dar um bom contra-ataque, activando a torre na caça ao rei inimigo. Mas as pretas responderam com Nf8 e respondi com Qf7. Aqui parece que o meu adversário pode tomar a torre porque já não tenho Ng6#. Assim fez. E eu respondi com Bxe4?. Segundo a análise que fizemos Bc4! seria a continuação ideal e era o lance decisivo para vencer.
De acordo com a análise que fizemos no final, a única maneira das pretas aqui evitarem mate seria com Qxc4 o que levava a um final completamente desvantajoso para as pretas. Eu não joguei assim, o meu adversário foi me trocando as peças e desisti. Foi pena, pois por pouco que este não seria um jogo brilhante para mim.

7ª ronda - AC Alfenense A (7) 1-3 AX Gaia A (3)

José Pintor 0-1 Francisco Mateus
António A.Pintor 0-1 José Miguel Margarido
Francisco Assunção 1-0 André Mateus
António B. Pintor 0-1 Tiago Alves
Neste jogo defrontei um jogador que promete ter um bom futuro nesta modalidade. Prova disso são as excelentes prestações que tem vindo a ter ao longo dos últimos anos e os títulos que já venceu de forma categórica nos escalões jovens. Já havia defrontado este adversário na fase distrital do desporto escolar do ano passado, e na altura havia sido "passado a ferro" completamente. Hoje, com uma maior experiência, decidi jogar o gambito de dama contra este adversário (1.d4 d5 2.c4). Na etapa inicial o meu adversário exerceu uma boa pressão sobre o meu peão d no centro o que me obrigou a fragilizar um pouco a minha estrutura de peões com 2 peões dobrados em f mas com um flanco g aberto. Tive oportunidade de atacar por essa coluna forçando o rei adversário e ficar f8 bloqueando a entrada em jogo na torre em h8. Durante boa parte do jogo, o meu adversário teve um peão a mais, mas eu consegui colocar forte pressão no centro, com peças melhor posicionadas e com as torres dobradas no flanco d. Até que com um jogo equilibradíssimo, e com os outros jogos da mesa já terminados, muita gente que estava a assistir viu o momento do jogo.
As pretas já com cerca de apenas 3 minutos jogaram Bxf2. Este peão foi "oferecido" com o anterior Qd3 porque já vislumbrava o lance que iria fazer de seguida. Para Bxf2 respondi com Bxg6! As pretas, de forma pouco cautelosa, a meu ver, aceitaram o sacrifício com fxg6? e seguiu-se Qxg6+ Kf8 Rf6+ e as pretas não têm melhor do que darem a dama com Qxf6. Seguiu-se Qxf6+ Kg8? Rd8+ ganhando a torre dado que Rxd8 leva a Qxd8+ apanhando a torre em c7. O meu adversário desistiu após Rd8+ já com menos 10 minutos que eu no relógio.

Acabou assim por ser um dos meus melhores jogos de sempre na minha ainda curta carreira enxadrezística. O meu saldo individual neste distrital foi bastante positivo, uma vez que tive 5 vitórias e apenas 2 derrotas, e com adversários mais cotados e experientes. Quanto à equipa a classificação aqui se segue.

A equipa no AC Alfenense A posicionou-se no 7º lugar da geral. A nível colectivo, penso que a nossa classificação ficou um pouco abaixo daquilo que foi evidenciado nos tabuleiros. O facto de nós ficarmos a apenas meio ponto de distância de equipas com o Pontex B ou o AC Alfenense B, foi motivado por algum certo azar que tivemos nos emparceiramentos. Como podem ver, de entre os 8 cabeças de série, apenas não jogamos com o 4º que era o equipa do Profigaia A enquanto que outras equipas, adquiriram pontuações semelhantes, mas jogando com equipas da segunda metade da tabela. Isto levanta alguns problemas acerca da veracidade deste emparceiramento e o uso deste sistema nas provas  semi-rápidas colectivas. Aqui impõe-se a questão se seria ou não vantajoso agrupar as equipas em grupos e apurar apenas algumas para uma fase final, tal como acontece na prova clássica distrital. As equipas não apuradas, disputariam uma outra "poule" para atribuição dos restantes lugares. Penso que assim a verdade desportiva prevalecia. Fica aqui a minha opinião para quem a quiser ouvir.

Já agora, quanto à classificação da etapa individual, o vencedor foi José Miguel Margarido, invicto, com um score perfeito de 8/8, logo seguido de André Mateus e André Ventura de Sousa, todos eles adversários que defrontei, tendo vencido dois deles (!). Quanto a mim tive de me contentar com um razoável 18º lugar e um 3º lugar no escalão sub-18.

A competição regressa na próxima sexta-feira com o Distrital Individual Absoluto e a sua 1ª jornada. No dia seguinte disputar-se-à Distrital de Rápidas, colectivo e individual em Vila das Aves.

sábado, 26 de junho de 2010

Distrital de Semi-Rápidas Individual

Hoje disputou-se em Gaia o Distrital de Semi-Rápidas Individual. Desta vez o objectivo para mim dificilmente poderia passar pela obtenção de um prémio, devido ao bom nível que apresentaram os atletas presentes. Parti assim em busca de um lugar honroso e de uns pontos extras de elo FPX de semi-rápidas.

1ª Jornada - Hernâni Alves 0-1 Francisco Assunção

O meu adversário explorou a abertura 1. f4 à qual respondi com o gambito 1...e5. A partida prosseguiu da seguinte forma.
Com Bf2+! ganhei a dama ao meu adversário que rapidamente tratou de me oferecer as restantes peças. A partida ainda durou mais uns lances e o mate apareceu naturalmente.

2ª jornada - Francisco Assunção 1-0 André Ventura de Sousa

Nesta partida o meu adversário, campeão nacional de sub-10 começou extremamente bem ganhando um peão na abertura. Até que cometi um erro.
Nesta posição joguei Ne5, confiante que iria ganhar o peão de c4. O que não vi foi Rxe5! Perdi uma peça e a posição parecia desesperada. Até que o meu adversário cometeu também um erro nesta posição.

Aqui o meu adversário jogou Qd7? ameaçando o peão de h3. O que ele provavelmente não viu foi que eu tinha e4 com duplo ataque à torre de g5 e ao cavalo de d5. O meu adversário, jogando de forma demasiado célere, optou por responder com Qxh3 e ganhei a torre com Qxg5. De seguida ao ganhar a torre estava com uma ameaça tripla em 3 peças! O bispo, o cavalo e a dama estavam ameaçados. Ganhei mais uma peça e prossegui para um final fácil com uma torre a mais.

3ª Jornada Emanuel Luís Sousa 1/2-1/2 Francisco Assunção

Neste jogo joguei pela primeira vez na minha carreira 1.e4 e5 em jogos oficiais. O jogo prosseguiu numa variante escocesa e as trocas foram se sucedendo. Pelo meio consegui ganhar um peão chegando a um final de torres nesta posição

Como não vi qualquer tipo de progressão no meu jogo, propus empate que foi aceite com naturalidade. Aqui as brancas podiam jogar Rg6 ameaçando o peão de g7 e a única maneira de o proteger era com Rg8. De seguida a torre voltava para c6 e ocorreria uma repetição de lances.

4ª Jornada Francisco Assunção 1-0 Nuno Seabra

Neste jogo acerta altura assistiu-se à seguinte posição.
Aqui as pretas tinham acabado de fazer roque até que chegou o meu momento de inspiração com Rxf7! Devido à ameaça Rxg7+, as brancas não têm melhor do que tomar a torre. Assim se seguiu Rf1 e recuperei a torre de volta. O jogo prosseguiu com Kh8 Rxf7 Qc1+ Rf1 Qg5 Rf8#.

5ª Jornada - Francisco Assunção 0-1 José Miguel Margarido

Neste jogo o meu adversário sacrificou um peão para conseguir penetrar com sucesso no meu algo frágil roque. A estocada final foi dada nesta posição.

Tinha acabado de jogar Be3 para tentar trocar os bispos e tirar força ao ataque das pretas. Mas aqui as pretas têm o brilhante lance Bxh2+! A partida prosseguiu com Rxh2 Rg6+ e aqui não podia jogar Kh1 sob pena da ameaça Qxf3+ seguido de mate. Larguei a torre, e a desistência não demorou.

6ª Jornada Fernando Nora 1-0 Francisco Assunção

Neste jogo joguei a abertura francesa e um erro de cálculo custou-me uma torre e a partida. Por momentos pus uma torre a atacar a dama do meu adversário, pensando que ela estava protegida. Tudo não passou de um "fantasma" e acabei por dar uma torre sem compensação.

7ª Jornada - Francisco Assunção 1-0 Pedro Guimarães

Este jogo foi extremamente semelhante ao que tivemos no Torneio Aberto da Fontes. Curiosamente o meu adversário caiu num erro semelhante a um outro que já havia cometido.

Nesta posição as pretas jogaram Bf6 atacando a dama. O lance natural seria mover a dama mas aqui mais uma vez inspirei-me e joguei Bxf7+! Seguiu-se Kxf7? Qd5+ ganhando a torre. O jogo prosseguiu, fui trocando peças, e venci naturalmente.

8ª Jornada - Rui Manuel Silva 1/2-1/2 Francisco Assunção

Neste jogo, um erro na abertura custou-me uma peça por peão. Mesmo assim o jogo prosseguiu e montei alguma pressão no flanco do rei. O meu adversário, com uma peça a mais ofereceu-me empate e decidi recusar devido às hipóteses de ataque que encontrei por ter o minha coluna g semi-aberta para além disso o meu adversário tinha 5 minutos a menos que eu o que também ajudava. O jogo prosseguiu e o meu ataque ao rei branco foi bastante fraco. Até que chegamos a seguinte posição.


Nesta posição, jogam as pretas e, de forma inexplicável, o meu adversário ofereceu-me, de novo, empate.
Não é difícil de ver que as brancas estão em grande vantagem, devido à ameaça Nxf6+! O meu adversário nem sequer viu este lance e teve medo do meu hipotético ataque no flanco g com as duas torres. De referir também que o tempo contava cerca de 5 minutos para o meu adversário e cerca de 11 minutos para mim, tempo mais que suficiente para o meu adversário escolher a forma mais acertada de terminar a partida. O empate para mim, nas circunstâncias que ocorreu, foi extremamente positivo.

Terminei assim com 5 pontos em 8 possíveis. Acabou por ser um resultado razoável se pensarmos nos adversários que tive de defrontar e nas situações que ocorreram nos jogos. A classificação será publicada quando estiver disponível. Uma nota ainda para alguma falta de rigor que houve nos emparceiramentos. Como houve uns erros na confirmação das inscrições, os jogadores foram dispostos, num torneio suiço, praticamente de forma aleatória. Na minha óptica esta foi uma atitude incorrecta, uma vez que este torneio, presumo eu, deverá contar para elo FPX de semi-rápidas. Num torneio em que o árbitro Martinho Cardoso pautou-se pelo rigor que impôs aos atletas ao nível do comportamento, não deixando sequer que fossem analisadas partidas com jogos a decorrer, pedia-se por parte dos jogadores também rigor no capítulo dos emparceiramentos feitos pela equipa de arbitragem.

Amanhã prosseguirá a competição mas em formato por equipas. Pelo AC Alfenense, irão jogar duas equipas: Equipa A: José Pintor, António A. Pintor, Francisco Assunção e António B. Pintor; Equipa B: João Pintor, Diana Ribeiro, Tiago Pereira e Hugo Gomes.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Expansão do blog

Como já viram, este blog está a crescer, e como tal, decidi reformulá-lo. Foram acrescentadas as páginas referentes ao meu Palmarés Pessoal, relativo aos meus resultados individuais, bem como os Próximos Torneios em que irei participar. Para além disso, criei uma página dedicada aos meus melhores jogos. Por enquanto ainda só tem algumas partidas que joguei contra a minha aplicação de telemóvel, mas dentro em breve espero preencher essa página com outras partidas oficiais ou online.

Se tiverem alguma sugestão ficaria grato que comentassem.

domingo, 20 de junho de 2010

Torneio Aberto "Verão 2010"

Decorreu hoje nas esplanadas do Largo Coronel Baptista Coelho em Santo Tirso, um torneio de rápidas de 5 minutos com o objectivo de divulgar a modalidade neste concelho.
Como sempre acompanhei os meus companheiros do AC Alfenense e partimos em busca de prémios.

1ª ronda José Pedro Cachorreiro 0-1 Francisco Assunção

Como já era a quarta vez que nos defrontávamos esta época, não houve grandes segredos nesta partida. A abertura foi a mesma do outro jogo (1.e4 e6 2.Bc4?! d5 3.exd5 exd5 4.Bb3) a partir de certa altura perco um cavalo obtendo como compensaçao um duplo peão passado no centro. Continuei a progredir e quando so restavam torre+cavalo e peões contra torre e peões, aproveitei uma oferta do cavalo do meu adversário já em apuros de tempo e estava com a posição ganha. No entanto, quando só me restavam 4 segundos no relógio e ao meu adversário 8, foi-me proposto empate. De forma corajosa recusei e quando só me restava um segundo no relógio caiu a bandeirinha do meu adversário e venci por tempo :) Tive sorte é verdade mas rápidas são mesmo assim.

2ª ronda Rui Miranda 0-1 Francisco Assunção
Mais uma vez, Rui Miranda apostou tudo num ataque ao rei que desta vez mostrou-se melhor planeado. No entanto fui-me defendendo bem e conseguir travar na totalidade os ataques que apareceram. Quando tive oportunidade de atacar o meu adversário cometeu alguns erros que lhe foram custando peões. O meu adversário acabou por perder ao não responder a um xeque que lhe fiz, fazendo um lance ilegal.

3ª Ronda Francisco Assunção 1-0 António Pedro Marinho

Neste jogo devido a algumas impresições, fui forçado a oferecer uma torre para evitar mate. Quando me encontrava com uma torre+rainha+peões contra 2 torres mais rainha e peões, tinha o meu tempo a acabar e preparava-me para desistir. No entanto, e depois de ter feito 2 ou 3 jogadas com apenas um segundo no relógio, enquanto o meu adversário usufruía de perto de 40 segundos, faço xeque e o meu adversário não protege o seu rei cometendo lance ilegal! O meu jovem adversário quase que depois nem podia falar, ficou desolado. Eu também ficava, penso que ele perdeu da pior maneira que pode haver!

4ª ronda Francisco Assunção 1-0 Nuno Andrade
Recém chegado de Trás-os-Montes, onde disputou o Torneio de Balsamão, Nuno Andrade vinha com falta de ritmo em rápidas, o que fez com que cometesse um erro no início.


As pretas deixaram as brancas jogar 8.Nb5! Este lance constitui uma dupla ameaça a c7 e d6 e aquele cavalo vai ficar extremamente bem posicionado. As pretas jogaram 8.Na6 e eu respondi com 9.Nd6+.  Contudo 7.c5 está contido no livro de aberturas de alguns livros de aberturas de programas de xadrez como por exemplo no Chessmaster XI o que é um indício para que o meu adversário tenha cometido esse erro. O jogo prosseguiu para um final equilibrado de duas torres+peões, mas o meu adversário gastou muito tempo e facilmente veio a perder por essa razão.

5ª ronda António Bastos Pintor 0-1 Francisco Assunção
Neste jogo usei a abertura francesa o que desorientou um pouco o meu colega de clube. Adquiri uma bela vantagem no espaço, com o meu bispo hipoteticamente mau das casas brancas a dominar a diagonal a6 f1, o meu adversário ofereceu alguns peões e num final de cavalos em que tinha 2 ou 3 peões a mais, perdeu por tempo.

6ª ronda Francisco Assunção 0-1 Luís Dias
Neste jogo, o meu adversário usou a defesa Philidor e desde cedo começou a perder por posição. Rapidamente comecei a acumular material. Até que aconteceu um caso algo polémico que gostava que comentassem: eu toquei no peão de a7 do meu adversário e fiquei com ele na mão. Depois reparei que esse peão tava protegido pelo bispo e por isso não podia come-lo com a minha torre. Larguei a peça e disse "Ajeito" logo de seguida joguei  Rd1 e o meu adversário chamou o árbitro por jogada ilegal, uma vez que já tinha tocado no peão e por isso tinha que capturá-lo. Mas uma vez que disse "Ajeito" não seria permitido jogar outra peça? Eu pouco percebo de arbitragem, mas como já conheço o Luís Dias rapidamente percebi que ele não ia ceder, e como eu estava ali na desportiva cedi-lhe a vitória. Também deu para acertar as contas da sorte que tive naquele jogo do António P. Marinho :P

7ª ronda José Bastos Pintor 0-1 Francisco Assunção
Coube-me por fim defrontar o meu companheiro de equipa José Bastos Pintor. A minha tarefa ficou facilitada quando o meu adversário começou a disparatar decidindo oferecer peça atrás de peça. Eu agradeci e o meu adversário acabou por desistir.

Terminei com 6 pontos, o que foi o suficiente para vencer o torneio apesar de ter terminado em igualdade pontual com o Luís Dias e o António Bastos Pintor, mas com melhor desempate.
Uma nota ainda para o incidente que aconteceu na mesa 1 na última ronda entre Nuno Andrade e António Bastos Pintor. Pelo que vi Nuno Andrade estava a 3 segundos de perder por tempo enquanto que a António restavam 24 segundos. No tabuleiro estavam uma dama preta + peões pretos contra torre e peões brancos. António com o jogo completamente ganho por tempo e posição chega com o peão à última fila. Como já havia uma dama no tabuleiro normalmente usa-se o sistema de por uma torre invertida a fazer de dama. Contudo Nuno Andrade estava com as duas torres na sua mão. Assim António chegou com o peão à última fila e esperou que o seu adversário lhe desse a torre. Carregou no botão e Nuno não lhe deu a torre. Nuno acabou por se queixar que António não podia carregar no botão se tinha um peão na última fila. Mas se já havia uma dama no tabuleiro penso que qualquer peça a pode substituir em caso de promoção, já que não havia qualquer dama preta disponível! Nuno teceu fortes críticas à arbitragem motivadas por algo que se lamenta, o mau perder. Isto ainda é mais lamentável quando este jovem foi candidato a presidente da FPX nas últimas eleições (!). Eu acho que mudava de federação se tivesse este presidente. O que era suposto ser um torneio de divulgação da modalidade foi imaginado por Nuno como um Campeonato Nacional Absoluto em que perder era algo que lhe arruinava a carreira. Aliás, se eu fosse o Nuno provavelmente não concederia livremente a minha derrota frente ao Luís Dias. O xadrez é suposto ser uma competição e um desporto para nos divertirmos a passar o tempo. Penso que nenhum dos que estava neste torneio tem intenções de se profissionalizar e por isso não devemos agir pelo lado na discussão. Fica o recado para o Nuno, para futuras competições.

Até uma próxima.

domingo, 13 de junho de 2010

IV Torneio Aberto da Fontes

Decorreu ontem o IV Torneio Aberto da Fontes na Escola Secundária Fontes Pereira de Melo em formato 15 minutos para cada jogador.

Participaram 35 jogadores de todas as faixas etárias incluindo, claro está, eu :P

Os meus jogos foram:

Pedro Henrique Oliveira 0-1 Francisco Assunção

Francisco Assunção 1-0 Hugo Gomes
Rui Mendes 1/2-1/2 Francisco Assunção

Francisco Assunção 1-0 Pedro Guimarães

António Pedro Marinho 1/2-1/2 Francisco Assunção

Francisco Assunção 1-0 Hugo Soares
Fiz uma excelente prova, empatei apenas dois jogos, de pretas, sendo que um deles foi contra um jogador com 1892 de Elo Fide e posterior vencedor do torneio.

O jogo mais espectacular foi sem dúvida a minha vitória contra o meu colega e amigo Hugo Soares. Usei e abusei de sacríficios para tentar, de qualquer forma, vencer e garantir pelo menos um lugar no pódio. Aqui fica uma aproximação daquilo que se passou. Notem que alguns dos lances da parte final devem estar incorrectos, como calculam, pois foram jogados de forma rápida, mas a ideia é basicamente a mesma. Tirem as vossas conclusões.


A classificação final foi esta:
Como vêm garanti o 2º lugar. Foi tempo de posar mais uma vez para a "comunicação social".Aqui ficam algumas fotos juntamente com o pódio.

Para a próxima semana, dia 19 de Junho, irei participar no 1º Torneio Aberto Verão 2010 organizado pelo NX Santo Tirso. Ainda no mês de Junho terei, nos dias 26 e 27, o Distrital de Semi-Rápidas individual e por equipas, no Monte da Virgem, em Gaia. Analogamente, seguir-se-á a 3 de Julho outro distrital mas desta vez de Rápidas e em Vila das Aves. Por fim, e para acabar a época, terei o Distrital Individual Absoluto 2010, a disputar entre 2 e 16 de Julho no Museu do Vinho do Porto. Espero trazer boas notícias :D

sexta-feira, 11 de junho de 2010

III Nocturnos da Ponte

Decorreram ontem os III Nocturnos da Ponte em Vila das Aves. Para mim foi a segunda vez que participei, já que na edição anterior havia ficado em 13º. Este ano o nível dos jogadores baixou um pouco, o que levou a que tenha subido um bocadinho. Vamos as partidas.

Iniciei o torneio na mesa 15 e com Clara Moreira, uma jovem que provavelmente só tinha jogado xadrez uma ou duas vezes na vida. O resultado foi simples, um mate em 6 jogado de forma completamente amadora. Palavras para quê, vejam a partida. Mesmo assim, esta jovem conseguiu arrecadar o prémio feminino do torneio dado que era ela a única menina em prova. Bizarro...Outra parte engraçada foi que quando acabou o jogo, a minha adversária recusava-se a dar o vulgar aperto de mão e até fez beicinho. Foi um momento bastante ternurento que me obrigou a pedir desculpa pela atrocidade que cometi...


A seguir desloquei-me até a mesa 2 e defrontei de pretas o meu "tutor" António A. Pintor. Aproveitando uma fragilidade ao nível da minha estrutura de peões, António conseguiu ganhar um bispo em troca de um peão. Contudo, mantive o nível e não desisti, e num final em tinha bispo e torre mais peões contra dois cavalos, torre e peões, aproveitei alguns deslizes do meu adversário, e fui fortalecendo o meu bispo como podia. A pressão exercida acabou por resultar e ao fim de algumas tentativas de trocas consegui ganhar os dois cavalos do meu adversário sem qualquer compensação! A desistência rapidamente foi consumada. Safei-me de boa :P

A seguir defrontei José Pedro Cachorreiro, mais uma vez de pretas. Joguei a francesa, na qual o meu adversário respondeu com 2. Bc4?!. Penso que foi uma má escolha uma vez que aquele bispo ficou bastante limitado em termos posicionais. A certa altura, o jogador tirsense, pensando que ia ganhar material, comeu o meu peão de d5 com o bispo, quando este estava protegido pelo meu cavalo de f6. Após eu ter tomado em d5, o meu adversário pegou no seu cavalo de f5 e comeu em d5. Talvez pensando que afinal aquilo era uma torre não sei, o que é certo é que perdeu uma peça dado que Nf5-d5 é ilegal. A vitória a partir daí foi fácil.

 A seguir, e pela primeira vez, estive na mesa 1 onde defrontei, de brancas Carlos Ribeiro. Até certa altura foi um jogo bastante equilibrado, até que uma ligeira desatenção custou uma torre ao meu adversário. A minha dama estava em f2 e o adversário tinha uma torre em e3 e outra em b6, sendo que a de e3 estava suportada pela dama de f4. Ao retirar a torre de e3 ofereceu a torre de b6 sem conseguir compensação. O mate não tardou.
Na quinta partida, como já vem sendo comum nos torneios para aqueles lados, defrontei  de pretas, o meu colega  de clube Hugo Soares. A abertura foi um Gambito de Dama variante Semi-Eslava, em que ao fim de algumas trocas chegámos a uma posição em que apenas a repetição evitava a perda de material para ambas as partes. Foi acordado o empate. Mesmo assim, ambos mantínhamos isolados no primeiro lugar com 4.5 pontos.

Por fim, defrontei de brancas Rui Miranda. Neste jogo uma série de sacrifícios por parte das pretas resultou num ataque que por pouco não deu em mate. A partir daí comecei a trocar peças e a vantagem material foi-se acumulando. 
 Conclusão: Fiquei com 5,5 pontos em 6 possíveis, o que já me garantia pelo menos o 2º lugar. Ao suceder, na mesa 1, o empate entre António A. Pintor e Hugo Soares garanti a vitória no torneio. Assim se sucedeu a divulgação da classificação e a entrega de prémios.
Por equipas, não é difícil de perceber quem ganhou, dado que os primeiros quatro lugares foram atletas do AC Alfenense. Aqui fica também a foto a entrega desse prémio.

Enfim, foi bom vencer o meu segundo torneio (o meu primeiro havia sido o V Arte da Guerra), e participar nesta festa que é sempre o xadrez. Parabéns a todos os participantes por colorirem esta prova, e em especial ao Paulo Topa pelo trabalho que tem feito para divulgar este desporto na sua zona.

Uma nota caricata também para o facto de, por lapso, me ter sido entregue a medalha relativa ao 1º lugar feminino. A minha sorte foi que rapidamente encontrei a Clara Moreira e pude trocar o prémio com ela, porque senão ainda seria alvo de algumas brincadeiras... Para o ano espero que haja mais.