segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Lista de Elo FIDE de Março

A FIDE publicou hoje a lista de Elo FIDE para o próximo bimestre. Com o meu empate frente a Hugo Soares no VI Arte da Guerra, ganhei um pontinho, e agora passo a ter 1506. O meu companheiro Hugo Soares foi o único que viu o seu elo alterado, e subiu em flecha desta vez, e passa a ter 1573. A decorrer estão o Nacional da 3ª divisão, em que estou a subir 32 pontos, e ainda a Taça AXP em que estou a ganhar 19. No entanto o meu elo "standard" nessas competições ainda é 1465, o que pode alterar as contas.

A nível internacional Vishy Anand voltou ao topo com o seu maior elo de sempre (2817). O top português não teve alterações significativas.


RankNameTitleCountryRatingGamesB-Year
 1 Anand, Viswanathan g IND 2817 13 1969
 2 Carlsen, Magnus g NOR 2815 13 1990
 3 Aronian, Levon g ARM 2808 13 1982
 4 Kramnik, Vladimir g RUS 2785 13 1975
 5 Ivanchuk, Vassily g UKR 2779 19 1969
 6 Karjakin, Sergey g RUS 2776 0 1990
 7 Topalov, Veselin g BUL 2775 0 1975
 8 Nakamura, Hikaru g USA 2774 13 1987
 9 Mamedyarov, Shakhriyar g AZE 2772 0 1985
 10 Grischuk, Alexander g RUS 2747 13 1983
 11 Gashimov, Vugar g AZE 2746 9 1986
 12 Radjabov, Teimour g AZE 2744 0 1987
 13 Ponomariov, Ruslan g UKR 2743 13 1983
 14 Wang, Yue g CHN 2734 0 1987
 15 Kamsky, Gata g USA 2733 9 1974
 16 Gelfand, Boris g ISR 2733 0 1968
 17 Svidler, Peter g RUS 2730 0 1976
 18 Nepomniachtchi, Ian g RUS 2729 13 1990
 19 Vachier-Lagrave, Maxime g FRA 2728 22 1990
 20 Wang, Hao g CHN 2728 13 1989
 21 Eljanov, Pavel g UKR 2724 0 1983
 22 Navara, David g CZE 2722 22 1985
 23 Vitiugov, Nikita g RUS 2720 9 1987
 24 Almasi, Zoltan g HUN 2719 0 1976
 25 Bacrot, Etienne g FRA 2718 14 1983
 26 Jakovenko, Dmitry g RUS 2718 9 1983
 27 Leko, Peter g HUN 2717 0 1979
 28 Caruana, Fabiano g ITA 2716 19 1992
 29 Movsesian, Sergei g ARM 2716 18 1978
 30 Adams, Michael g ENG 2716 10 1971
 31 Dominguez Perez, Leinier g CUB 2716 0 1983
 32 Malakhov, Vladimir g RUS 2714 0 1980
 33 Wojtaszek, Radoslaw g POL 2711 22 1987
 34 Efimenko, Zahar g UKR 2708 13 1985
 35 Vallejo Pons, Francisco g ESP 2707 19 1982
 36 Tomashevsky, Evgeny g RUS 2707 9 1987
 37 Jobava, Baadur g GEO 2707 0 1983
 38 Shirov, Alexei g ESP 2701 13 1972
 39 Dreev, Aleksey g RUS 2697 9 1969
 40 Morozevich, Alexander g RUS 2694 9 1977
 41 Fressinet, Laurent g FRA 2693 13 1981
 42 Sutovsky, Emil g ISR 2692 9 1977
 43 Giri, Anish g NED 2690 15 1994
 44 Le, Quang Liem g VIE 2689 40 1991

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Nacional da 3ª Divisão - 5ª ronda

GD Dias Ferreira D 1.5 - 2.5 AC Alfenense


Pedro Mendes (1677) 0.5 - 0.5 Francisco Assunção (1505)
Miguel Simões (1660) 0.5 - 0.5 Hugo Soares (1537)
Nuno Andrade (1676) 0.5 - 0.5 António B. Pintor (1499)
Henish Balu (1675) 0 - 1 José Pintor (1397)

Chegados à antepenúltima ronda, olhávamos para a classificação e víamos que o nosso próximo adversário seguia na frente com apenas vitórias nos jogos disputados. A confiança do nosso adversário era tanta que até se ouviu falar na promessa do 4-0. Mas a sua tarefa prometia-se difícil, porque nós tínhamos empatado, na semana anterior a equipa do GDDF C, que em teoria seria superior.
Parti para o meu jogo na dúvida entre jogar a escandinava de Qd6 ou a caro-kann. Ora acabei por recusar jogar a escandinava por ficar em atraso ao nível de desenvolvimento, coisa que neste jogo aconteceu bem de cedo, curiosamente. No entanto obtive uma posição sólida que deu perfeitamente para desenvolver tudo a tempo e horas. Precisamente após ter finalizado o meu desenvolvimento, o meu adversário teve um ligeiro erro que não deixa de ser ligeiro por eu ter encontrado um lance que poucos a este nível conseguem encontrar. 15....Nc5!! ataca a dama e a torre, apesar de ter um peão em d4 a atacar o cavalo. Mas o peão estava indirectamente cravado, pois se 16...dxc5 Bxh2+! ganharia a dama. Logo aqui ganhei a qualidade.
A posição parecia sorrir a partir de 17. Qa5, parece que a dama ocupa uma posição importante no centro, mas com c5 passa a ficar muito distante do rei. O jogo pegou fogo com 19. Bxh6! um sacrifício temporário, que já previa, e que deixou o meu rei mais frágil ainda. Tive de puxar a dama para a sua posição inicial, provando que 17. Qa5 foi um erro. Após 22. f4?? tinha uma táctica para ganhar o cavalo adversário em troca do meu bispo que acabava logo com o jogo, com 22...f5 e 23...Qe8. Com o meu rei tão frágil era difícil pensar num lance tão agressivo como este.
A partir daqui vi o tempo do meu adversário a escassear e comecei e tentar pressioná-lo, com lances que à primeira vista pareciam lógicos tais como 26...Kxf6 28...Qxe5. o primeiro parecia a primeira vista que o meu adversário me tinha acabado de oferecer um cavalo, e não avaliei correctamente a resposta do meu adversário. No segundo não vi melhor para evitar o mate...Aparentemente Rg8(qualquer uma delas) transformava o jogo num final de torres em que tinha dois peões a mais. A partir daqui o jogo tornou-se num empate teórico porque as brancas têm multíplas hipóteses de perpétuo, apesar da vantagem material das pretas, e foi uma questão de tempo até ser acordado.
Ficou a sensação que tinha a obrigação de ter ganho este jogo, mas a agressividade do meu adversário valeu-lhe meio ponto.
O primeiro jogo a acabar foi o de Hugo Soares que, numa variante da índia de rei, rapidamente se trocaram as peças, chegando a um final de bispos de cores opostas que é empate teórico. Um pouco mais tarde, no jogo mais emocionante da tarde, José Pintor, após ter ficado a perder por um peão logo na abertura, frente à francesa de Henish Balu, Conseguiu recuperar e chegar a um final em que estava a ganhar por um peão. Balu gastou muito do seu tempo, e acabou por deixar acender a sua luzinha, numa posição em que já estava perdido. Uma excelente vitória do regressado JP Grande-mestre :P. Na mesa 3, ocorreu um jogo de quase 80 lances em que Nuno Andrade bem tentou furar um final de bispos de cores opostas mas sem sucesso. Até deu para ter a análise do boliviano José Daniel Gemy (2301 FIDE) para comprovar que o resultado seria "tablas".
Esta vitória final vem como resultado de uma tarde inspirada para os jogadores do AC Alfenense, que bateram os ainda primeiros classificados, nesta baralhada série B da 3ª divisão. Só para ter terem uma noção, do primeiro ao último lugar vão apenas 3 pontos. As duas últimas jornadas serão completamente decisivas. A acção volta de dia 5 a 13 de Março com a Final Distrital de Jovens.
Classificação actual após 5/7 rondas.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

VI Arte da Guerra - Entrega dos prémios


Decorreu ontem ao fim do dia, a entrega dos prémios e cerimónia de encerramento do VI Arte da Guerra. A cerimónia foi constituida por 4 partes. Em primeiro lugar, o presidente do NXST e árbitro do torneio, Ricardo Amaral, teceu um pequeno discurso com as suas já habituais palavras lisonjeiras ao jogo do xadrez, que põe qualquer entusiasta babado de ser praticante desta modalidade.
Os vídeos exibidos são da autoria de Hugo Soares.

Seguiu-se um momento musical com o pianista-xadrezista Fernando Azevedo. Se havia alguma ansiedade por parte dos jogadores que iam receber os prémios, neste momento de desconcentração todos ficaram mais animados. Fica para a história a frase de Rui Miranda: "Tocas melhor piano do que jogas xadrez!" dirigida ao pianista de serviço.
Passou-se à entrega dos prémios propriamente dita. Foram entregues troféus aos seguintes jogadores: 

1º: Hugo Soares (AC Alfenense)
2º: Francisco Assunção (AC Alfenense)
O pódio deste ano.
3º: Hugo Moreira (NX Santo Tirso)

1º Sub-10: Hugo Abreu (Pontex)
1º Sub-12: Júlio Silva (Pontex)
1º Sub-14: Nelson Coelho (Pontex)
1º Sub-16: André Costa (Pontex)
1º Sub-18: Jorge Dias (NX Santo Tirso) 

Os outros participantes receberam uma pequena caneta (penso eu) como prémio de participação. Foi bastante estranho ver André Costa, actual campeão nacional sub-08, receber o prémio de vencedor do escalão sub-16 (!). Mas, foi a forma que melhor encontraram para tapar a existência de poucos ou nenhuns jogadores em certos escalões. A atribuição de prémios por escalões parece um pouco desajustada nos torneios com pouco mais de 20 jogadores, e ainda para mais quando praticamente metade eram séniores. Mas funciona como incentivo para que estes jovens não desistam desta modalidade, o que é sempre de louvar.
O pódio da edição anterior.

No início do torneio tinha avisado que poderíamos ver um pódio semelhante ao do ano passado. Ora, basicamente troquei de lugar com o Hugo Soares, e o Hugo Moreira substituiu o Álvaro Brandão. Enquanto continuar assim, será bom sinal :).

A cerimónia terminou com o discurso da Vereadora da C.M. de Santo Tirso, Dr.ª Júlia Godinho, que teceu à sua maneira os seus elogios, que funcionam com incentivo à prática da modalidade. Para o ano há mais.

Ainda houve tempo para um ligeiro bate-papo com Ricardo Amaral e Júlia Godinho, que nos deram mais uma vez os parabéns. José António Pacheco relembrou que este ano lá estaremos mais uma vez na Final  Distrital, e este ano com mais experiência será certamente para lutar por um lugar entre os 10 primeiros.  Será lá para Julho. Por agora, e já amanhã teremos mais um jogo importante, da 5ª ronda do Nacional da 3ª divisão, onde defrontaremos o actual e invicto líder, GD Dias Ferreira D.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Nacional da 3ª divisão - 4ª ronda

AC Alfenense  2-2  GD Dias Ferreira C

Francisco Assunção (1505)  1-0  Júlio Machado (1738)
Hugo Soares (1537)  1/2-1/2  Roberto Mendes (1686)
António B. Pintor (1499)  0-1  António Clemente (1442)
José Pintor (1397)  1/2-1/2  Leonardo Santos (1481)


Comecei este jogo já com vantagem, motivado por o meu adversário ter chegado atrasado. Assim, Júlio Machado começou com cerca de 66 minutos. Joguei e4 sem sequer saber qual era o meu adversário. Foi algo estranho, pois imaginei que, caso jogasse com alguém mais experiente, jogaria e4, caso fosse alguém jovem, optaria por d4. Tinha que escolher alguma e até correu bem. O meu adversário jogou a escandinava. Provavelmente não deve ter visto que eu no meu último jogo, também tinha jogado esta abertura com o Hugo Moreira, e tentou me surpreender.
A escandinava, segundo consta, é por si só, uma abertura bastante táctica. E este jogo teve mesmo essa característica, foi bastante táctico, tal como eu mais aprecio, e onde me sinto mais à vontade.
O jogo foi bastante equilibrado. As pretas optaram por dar o par de bispos às brancas, que em geral é mais forte que um par de cavalos, mas conseguiram um cavalo em d5 em compensação. A minha estrutura de peões não ficou muito boa, provocado pelo demasiado agressivo 10. g4. Esta agressividade foi calculada, o meu adversário estava em desvantagem no tempo e quis entrar em posições complicadas tacticamente. Nunca nenhum de nós alcançou uma vantagem material ou posicional que fizesse desequilibrar a balança. Penso que o factor que desequilibrou foi mesmo o tempo, que tramou o meu adversário. A investida de rei, ainda no meio jogo também foi estranha. Provavelmente faltavam ideias ao meu adversário, que não estava habituado a jogar rápido. A partir do lance 24. f5! as brancas ganham a iniciativa de jogo e começam a fragilizar a estrutura de peões das pretas, beneficiando da posição do rei negro. O lance 27. Bg5! bloqueia a coluna g e permite-me colocar uma torre no flanco f. As pretas começaram a ficar um pouco pior posicionalmente, e trocaram um cavalo pelo meu bispo das casas pretas, o que foi uma escolha lógica.
Mais tarde consegui colocar uma torre na sétima fila. Josh Waitzkin, no Chessmaster, refere que as torres na sétima são como os porcos: comem tudo. Lá não havia nada para comer, mas invadi um terreno fulcral no terreno inimigo, e o rei preto ficou cada vez mais "nu". A seguir o meu adversário jogou a4. Parecia quase óbvio jogar Ba2, o meu adversário já só tinha cerca de 3 a 4 minutos e se jogasse alguns lances especialmente rápido, poderia o pressionar ainda mais. Mas joguei c4, este lance abre o jogo e a estrutura de peões das pretas parece estar prestes a desabar. Para além do mais ameaça mate. A resposta óbvia e que mantém o jogo equilibrado, é bxc4. O meu adversário não viu que eu estava a ameaçar o mate e não fez nada para contrariar. Praticamente nem hesitei.
Nas outras partidas, o primeiro jogo a terminar foi o de António B. Pintor, que chegou a um final de peões com um peão a menos, que ainda por cima era passado. Praticamente impossível de segurar. Já José Pintor, após estar a perder por dois peões, usou a maior flexibilidade que conseguiu entre as suas peças para conseguir o empate.  O jogo de Hugo Soares foi o último a acabar. Foi extremamente fechado, com uma vasta e rígida estrutura de peões que bloqueava  qualquer plano de ambas as partes. O empate foi um resultado lógico.
O resultado final de 2-2 parece-me ter sido justo, é aquele resultado que não é bom mas podia ser pior, dada a aparente vantagem dos visitantes em termos de elo. A nossa posição na tabela classificativa continua sensível, e estamos a precisar de uma vitória para podermos respirar um pouco. Na próximo fim-de semana será a vez de visitarmos o GD Dias Ferreira para defrontarmos a equipa D.

Classificação actual: 

GD Dias Ferreira D    9 pontos, 3 jogos
Clube Millenium BCP 9 pontos , 4 jogos
GX Porto D                 7 pontos, 3 jogos
GD Dias Ferreira C   7 pontos, 4 jogos
Profigaia Chess          6 pontos, 3 jogos
AC Alfenense             5 pontos, 3 jogos
GX Porto C                 5 pontos, 4 jogos

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

VI Arte da Guerra - 7ª e última ronda

7ª ronda - Hugo Moreira (1523)  1-0  Francisco Assunção (1505)



Pois é, desta vez perdi. Nesta última ronda, como já tinha o segundo lugar assegurado, nem sequer nos primeiros lances estava nervoso. Aliás foi bastante notória a minha desconcentração no início do meu jogo, ao olhar para o jogo da mesa ao lado e rir-me das peças oferecidas pelo Jorge Dias. Encarei esta partida como um treino ou um jogo no Chesscube, e acabou por ser um mau treino. Foi engraçado que acabei por ser castigado deste meu ligeiro gozo e acabei também por oferecer uma peça e nem sequer imaginar a mera oferta que o meu adversário me fez logo ao oitavo lance. 
Joguei a escandinava de 3...Qd6, uma abertura que tinha vindo a jogar online ultimamente e que espero voltar a repetir numa próxima oportunidade. Esta minha "arma secreta" foi a abertura que preparei para jogar frente ao Carlos Ribeiro e ao Rui Miranda, caso eles jogassem 1. e4, fica já aqui revelado o mistério :P.
A abertura não correu mal, bem antes pelo contrário, correu bastante bem. Mas com o incrível lance 18. Nxe5!! ganhei um peão! Pena foi que acabei por ser forçado a trocar uma torre por um bispo. Xatice. A partir daqui até me consegui concentrar minimamente para ver se ainda sacava alguma coisa. Mas o meu adversário jogou com o mínimo de precisão que era necessário para vencer o jogo, e ganhou com mérito. Apesar de tudo sei que noutras condições, a minha concentração teria sido muito maior e teria bastantes chances de aproveitar os erros do meu adversário.
A parte boa deste resultado é que não influenciou em nada com a minha aparente classificação final deste torneio, já que e segundo uns cálculos que fiz, previ que a minha única chance de conseguir vencer o torneio seria caso o Hugo Soares não vencesse. Ora, quando eu fiz a minha "burrice", o Hugo Soares já ganhava por duas peças, por isso, já nada havia a fazer. Uma palavra de apreço também para o meu companheiro Hugo Soares, que consegue aqui uma justa vitória, que premeia não só o praticamente irrepreensível torneio que realizou, mas também a sua regularidade nas últimas duas edições deste mesmo torneio, já que se classificou em segundo lugar em ambos.
Com este resultado, e segundo os meus cálculos, o Hugo Moreira é o 3º apurado para a Final Distrital Individual, por ter obtido um melhor desempate do que José Pedro Cachorreiro. A entrega dos prémios realizar-se-á na próxima quinta-feira. 

Classificação final:

1º Hugo Soares               6.5 pts
2º Francisco Assunção    5.5 pts
3º Hugo Moreira                5 pts
4º José Pedro Cachorreiro 5 pts
...

As atenções agora viram-se para o jogo do próximo sábado do Nacional da 3ª divisão, em que enfrentaremos o GD Dias Ferreira C.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Taça AXP 3ª ronda

GX Porto A  4-0  AC Alfenense A

NM António Silva (2242)  1-0  Francisco Assunção (1505)
Hugo Martins (2179)  1-0  Hugo Soares (1537)
NM Fernando Cleto (2126)  1-0  António B. Pintor (1499)
José Moreira (1922)  1-0 José Pintor (1397)

À partida para esta ronda da Taça AXP, já sabíamos de ante-mão, que independentemente do nosso resultado, já estaríamos apurados para a ronda seguinte, porque se perdêssemos, seria apenas a nossa 1ª derrota em prova. A equipa parecia confiante, mas é claro que isso não chega para vencer, dado o enorme valor da equipa do GX Porto A.

Para analisar o meu jogo usei o Houdini 1.5, um novo programa, disponível para download gratuito na internet e que recentemente bateu o Rybka 4. O Chessmaster, durante a minha análise, apresentou linhas e avaliações muito duvidosas e não achei que fosse o indicado. Será apenas uma tentativa para o analisar, dado que o jogo foi uma intensa confusão, que tal como um jogador que estava lá a beira referiu, mais parecia o estado actual do Egipto. No final, Mubarak, ou melhor, o meu rei, foi forçado a desistir...tal como diria Kasparov, a vida imita o xadrez...mas já lá vamos.
Para este jogo quis jogar uma abertura sólida que me garantisse uma posição confortável, porque sabia que o meu adversário tinha uma visão de jogo mais apurada que a minha. A minha escolha foi a Caro-Kann, que ultimamente se tornou estrela entre mim e o Hugo Soares, por ser bastante sólida. O meu adversário escolheu uma linha inspirada no jogo Tal vs Botvinnik, WCC match, 1960. Digo isto porque o meu adversário, no final da partida, enunciou precisamente, este jogo, lembrando-se até que Mikhail Tal esteve em vantagem, apesar de no final ter perdido. Excelente memória do meu adversário.
Este sacrifício, contudo dá uma ligeira vantagem para as pretas, mas fornece uma posição em que fico em enorme pressão e com necessidade de encontrar lances bastante precisos. A partir daqui fiz o que pude para tentar resguardar a minha vantagem material, tentando trocar peças, ou ganhando vantagem posicional.
O meu adversário apesar de tudo, também não encontrou os lances ideais, falhando o fantástico lance 17. Bf4!!!! que me colocaria numa posição extremamente embaraçosa conforme mostra a janela de jogo. Rapidamente entrámos em apuros de tempo e ao lance 20, já ambos tínhamos perto de 20 minutos. Por essa altura, sentia que o meu rei podia respirar de alívio e que até estava em vantagem. Coisa que não era verdade, e a pressão intensificou-se ao longo da coluna E. Ao colocar a minha dama em d5 sentia-me confortável. Mas quando vi a resposta do meu adversário, 23. Qd3, comecei a pôr em causa esse lance. A partir daqui chegou-se ao ponto crítico da partida.

O meu lance 24...Qxa2 foi enunciado pelo meu adversário como bastante mau. Eu reconheço, mas na altura não vi coisa melhor. É notório que a minha dama "divorcia-se" do meu rei e parte em busca de novas pastagens no terreno inimigo. A continuação do meu adversário não era muito óbvia, por isso arrisquei. Pouco depois, com o espectacular lance 28. Rxf6!! as brancas, literalmente, incendeiam o tabuleiro com uma continuação praticamente forçada. Fiquei com uma torre a mais em termos de material mas a posição dava vantagem para as brancas. Limitei-me a fazer o que pude para me defender e acho que dei o meu melhor para no final ficar com duas torres contra a dama, um final muitas vezes incerto. Foi pena que a dama teve sempre os xeques certos e não consegui salvar ambas as torres que estavam soltas. Acabei por desistir ao fim de mais de 3 horas de jogo.

Ficou o sempre desolador registo do "dei luta" mas infelizmente, nem eu, nem os meus companheiros conseguimos pontuar, apesar de estarmos bastante confiantes. Foi um belo momento para aprender com quem sabe (muito) mais que eu, e quem sabe um dia poderei vir a pontuar com o jogador titulado tal como o António Silva.

O próximo jogo da Taça AXP joga-se a 12 de Março e a partir daí todas as equipas que perderem, são eliminadas.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

VI Arte da Guerra - 6ª ronda - Apurado :)

6ª ronda - Francisco Assunção 1505 (4)  1-0  Jorge Dias 1384 (13)
Chegados à penúltima ronda, era sabido que a vitória garantiria-me o apuramento. Como normalmente acontece, fiquei um pouco nervoso no início, coisa que passa ao fim de 4 ou 5 lances. Este meu defeito é sempre compensado pelo facto das aberturas ser o meu ponto forte. É mais ansiedade que outra coisa.
Decidi jogar d4 pela mesma razão que joguei d4 com o Luís Dias: controlar a possível iniciativa das pretas e entrar por campos que o meu adversário não domina tão bem. Mesmo assim tive uma ligeira "imprecisão" na abertura. O lance 4. d5 foi um pouco precipitado. De acordo com a sequência mostrada no jogo, o meu adversário falhou Bb4+ que me causaria alguns transtornos. Apesar de que, e segundo o Chessmaster continuo em ligeira vantagem. O jogo prosseguiu e a partir daí, ameaças pretas, nem vê-las, o jogo foi completamente controlado pelas brancas. A prova mais real disso foi que acabei o jogo sem necessitar de fazer roque, e o meu rei dormiu tranquilamente em e1 durante 23 lances sem ser acordado. Os lances com variantes estão devidamente explicados na janela de jogo. De realçar o facto da minha quase perfeita sintonia entre os meus lances e os sugeridos pelo Chessmaster XI. Os únicos lances em que não houve perfeita sintonia foram o já referido 4. d5? e 22. Qh6+ (+9.86) que quanto a mim não deixa de levar (!) porque a alternativa dada seria 22. Bh4! (+11.10) que leva a uma continuação muito menos "humana". O meu adversário acabou por dar a dama numa posição "deprimente". 
Fiz uma partida quase perfeita, que culminou com a garantia de uma das 2 primeiras posições que desde já me garantem o apuramento. O meu companheiro Hugo Soares também ganhou e irá me fazer companhia na Final Distrital Absoluta, tal como no ano passado. Resta saber qual de nós ficará em primeiro.

Na ronda derradeira defrontarei Hugo Moreira de pretas. Nota de destaque para o escaldante encontro do próximo sábado, a contar para a 3ª ronda da Taça AXP, GX Porto A - AC Alfenense A. Prometemos que iremos lutar pela vitória! :P

Classificação actual:

1º Hugo Soares                   5,5 pts
    Francisco Assunção
3º José Pedro Cachorreiro     4 pts
    Hugo Moreira
    Jorge Dias
6º Rui Miranda                   3,5 pts
    Fernando Azevedo       
    André Costa
    Rui Ferreira

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Finais...

Aqui fica um final inspirado no meu jogo de ontem com o Rui Miranda. Apenas umas ligeiras modificações e vejam só: brancas jogam e ganham! Este é um final teórico que é sempre bom relembrar. Dêem a vossa opinião.

VI Arte da Guerra - 5ª ronda

5ª ronda - Rui Miranda 1488 (10)  0-1  Francisco Assunção 1505 (4)

Á entrada para a 5ª ronda, previa-se que pudessem ocorrer encontros decisivos para o desfecho final do torneio. Para este jogo não estudei tanto aberturas e não preparei nada de especial. Sabia que o meu adversário tinha um estilo bastante agressivo (apenas no tabuleiro, entenda-se :P), dando luta mesmo em clara desvantagem. Uma prioridade era tentar fazer os possíveis para trocar as damas, logo que pudesse para assim livrar o meu roque de tácticas indesejáveis. Logo na abertura, com o lance 8. Bd2? as brancas largam um peão, através da sequência referida no jogo. A partir daqui logo troquei as damas e sentia-me bem lançado para a vitória. Ao lance 15, a posição das brancas já é um pouco deprimente: um bispo e um cavalo à espera de desenvolvimento, uma torre sem ter para onde ir. 

Prossegui ganhando o maior espaço que consegui. Ofereci a troca de algumas peças, o que me traria vantagem. O meu adversário foi recusando, perdendo a pouco e pouco cada vez mais espaço. Apesar de ter conseguido um peão passado em d, tornou-se difícil conseguir progredir, dei algumas voltas com o rei e tive dúvidas em qual seria o melhor plano a usar. Ao lance 40 já tinha à volta de 20 min no relógio e não podia ficar a pensar muito tempo num lance. Felizmente, a minha vantagem nunca se desvaneceu e com o lance 47... Rc2! encurralei o rei e ameacei mate com d4#. Para o evitar as brancas jogaram 48. Ra4. A partir daqui chegou a hora de calcular. Joguei 48. d4+! Apesar de oferecer um peão liquido o jogo para um final de peões que segundo os meus cálculos estava ganho porque consigo a oposição  através de 52. Kd5. A partir daqui tinha a volta de 10 minutos e foi com tranquilidade que esperei pela desistência do meu adversário.

Esta vitória foi bastante importante, porque agora basta-me ganhar na próxima jornada para garantir o apuramento. O meu adversário será Jorge Dias e jogarei de brancas.
Classificação actual:


1º Hugo Soares                    4.5 pts
    Francisco Assunção        
3º José Pedro Cachorreiro   4 pts
    Jorge Dias                    
5º Carlos Ribeiro                 3 pts
    Fernando Azevedo
    Rui Miranda
    Hugo Moreira
    André Martins
....

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Treine a sua cavalaria

Para quem quiser descontrair após um cansativo jogo de xadrez, e se divertir um pouco numa outra variante, aqui fica um jogo bastante divertido. O objectivo é usar um cavalo branco para comer todos os peões pretos, impedindo-os de chegarem à oitava fila e atacarem o seu roque. Muito bom para treinar a movimentação do cavalo. Divirtam-se!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A magia da Blumenfeld

Escreve este post para mostrar alguns jogos de uma abertura que ultimamente me tem encantado especialmente, o contra-gambito de Blumenfeld.

A abertura processa-se da seguinte forma (ver variantes entre parêntesis):

Esta abertura tem algumas vantagens:

-Vantagem no desenvolvimento;
-Controlo do centro;
-Possível criação de peões passados no centro;
-Abertura dinâmica, com a maioria das peças centradas para o roque branco;
-Desconhecimento da abertura da maior parte dos jogadores amadores.

E desvantagens:

-Perda de um peão, fazendo com que nas colunas a e b haja 3 peões brancos para apenas 1 preto.
-Em geral, um pior final, caso hajam constantes trocas, devido à desvantagem na ala da dama.
-Fraca flexibilidade: as brancas têm que fazer os quatro primeiros lances da forma referida, para que a abertura seja efectuada.

Na minha ainda breve experiência nesta abertura, ainda não consegui encontrar mais desvantagens, que com o decorrer do tempo devem aparecer. Aqui ficam alguns jogos anotados em que joguei esta abertura. Experimentem! :)