quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Análise aos jogos do Apuramento Distrital de Jovens

Como tenho vindo a noticiar, decorreram nos últimos dias o Apuramento para o Distrital de jovens. De minha parte já mostrei os meus jogos. Aqui fica uma análise breve de cada um.

Comecei o Apuramento com um jogo frente a José Miranda. Alguma falta de flexibilidade na abertura, por parte das pretas levou a que mesmo em desvantagem material, as brancas tivessem forte iniciativa. A partir de 23...Kf7? as brancas estariam ganhas com 24. Qe2! ganhando uma peça "limpinha". No entanto, prolonguei o jogo por mais um tempo e a variante que usei também acabou por me dar vantagem. Os destrutivos 36.Bxf6 e 37.Bxg5! decidiram o jogo.

Ainda nesse dia joguei com Catarina Costa, a nº 1 do torneio (1721). A partir de 17...a5 as pretas parecem um pouco melhor porque conseguem destruir a estrutura de peões das brancas. E quando as pretas tomam conta da última fila, parece que as brancas não conseguem aguentar a pressão. Contudo, e apesar de ter perdido um peão e de ter estragado um pouco a minha estrutura consegui trocar as peças e converter o jogo a um final empatado de 3 peões + bispo vs 2 peões + cavalo. Eram cerca de 21h30 quando saimos da escola para regressarmos a casa.

No dia seguinte, defrontei o meu já conhecido Nuno Andrade de pretas. O meu adversário decidiu inovar e jogar abertura de uma forma um tanto ou quanto defensiva. De alguma forma conseguiu montar forte pressão no meu ponto fraco em a7 ganhando esse peão. Mesmo assim troquei as peças e parti para um final de bispos. Normalmente em finais de bispos da mesma cor, um peão a mais chega para ganhar. Mas neste caso, o facto de eu ter mantido os meus peões em casas brancas fez com que o jogo ficasse empatado. A partir do lance 48 tinha empate, seguindo a linha mostrada no jogo. Até já falei com o Nuno Andrade e de facto não há "buracos" para explorar por parte das brancas. A parte positiva é que mesmo assim tenho mostrado alguma progressão ao nível dos finais, há algum tempo um dos meus pontos fracos, já que me defendi razoavelmente bem. Faltou pouco para o empate.

Como descanso após um jogo duro, e após ter jogado com os 3 primeiros do ranking, surgiu-me um bye. Na jornada seguinte defrontei Rúben Freitas. Este adversário, tal como a maioria dos jogadores do seu clube, opta por uma defesa siciliana. Assim tentei inovar e optei pela variante Alapin, ou siciliana com c3. As pretas de alguma forma foram lentas no desenvolvimento. Mas no meio jogo optaram por uma variante bastante típica da defesa índia de rei, o que me surpreendeu. Na índia de rei, normalmente as pretas optam por "disparar" os seus peões do roque abrindo espaço no roque adversário. A partir de 16...f5! as brancas perdem um pouco o controlo do jogo e são as pretas quem partem em vantagem. O meu adversário optimizou o seu domínio com os brilhantes 27... e3!! e 28... Nxg2+!! que leva a mate em 6. Apesar de tudo o meu adversário contou-me que ficou com o 29... Qf1+ na cabeça, dado que esse seria o lance ideal caso eu comesse o cavalo. A partir daí e seguindo as linhas mostradas no jogo, o meu adversário teve muitas hipóteses para ganhar e acabou por perder num final de torres em que até tinha um peão a mais. Mais uma prova que os meus finais estão a melhorar :).

Hoje, na última ronda defrontei Tiago Neves, que até à data dividia comigo o 3º lugar. Foi um jogo bastante posicional, em que se nota que as brancas pouco tempo tiveram para conseguir atacar o roque preto, como normalmente se faz na siciliana de dragão. A partir do momento em que as damas foram trocadas, as pretas ganharam iniciativa de jogo. A vantagem foi tornada evidente, a partir do bonito lance 32...Rh5. Tenho uma simpatia especial por lances que atravessam o tabuleiro duma ponta a outra, e ainda para mais, atravessando o centro :P. As brancas acabaram por errar ao darem-me o cavalo de e2 com 35. bxa4?? permitindo ao meu cavalo fugir com base em xeques mantendo a ameaça em e2. O meu adversário desistiu prontamente.

Com esta vitória, conquistei o 3º lugar isolado, a apenas meio ponto do duo da frente constituido por Nuno Andrade e Catarina Costa.Aqui fica a classificação final. Era tempo de posar para a posteridade e receber uma medalha, uma pequena lembrança e um saco com material de escritório. Pelo menos e como aspecto positivo, prémios não faltaram. Pena foi a intensa barulheira que se fazia sentir na entrega dos prémios em que mal se conseguia ouvir Manuel Pintor a enunciar os premiados. Acabou por ser um belo torneio para mim, que deixou belas perspectivas para a final distrital, em que prometo que irei lutar pelo pódio. Como complemento ainda referir que em apenas 5 jogos ganhei 40 pontos de elo fide, o que juntando aos pontos ganhos na Taça AXP faz com que já esteja a ganhar perto de 70 pontos em meia dúzia de jogos. A pouco e pouco as coisas parecem tomar o seu lugar. Nota ainda para a excelente prova dos jogadores do AC Alfenense, que conseguiu colocar 4 jogadores na fase final distrital de jovens. São eles José Pintor, que venceu o seu escalão sub-16, António B. Pintor, 4º classificado em sub-18 , Hugo Gomes que alcançou o 6º lugar em sub-14 e eu, 3º lugar em sub-20. Em Março lá estaremos :).

domingo, 19 de dezembro de 2010

Xadrez do AC Alfenense em destaque no Jornal Novo de Valongo


Na edição de 10 de Dezembro do Jornal Novo de Valongo, saiu uma pequena reportagem acerca da secção de xadrez do AC Alfenense. Nesta reportagem, destacam-se algumas declarações de António Abranches Pintor e ainda referências aos resultados da equipa, nomeadamente com os últimos resultados na Taça AXP. Aqui fica o excerto do jornal na íntegra.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

V Natal Conde de São Bento

Ontem à tarde, decorreu na Escola Agrícola Conde de São Bento, o 5º Torneio com o nome desta individualidade que deu o nome a esta escola.

Foi um torneio muito disputado, com 90 jogadores a participarem, oriundos desde Braga até Coimbra.

Acabou por ser a primeira vez que participei neste torneio, que foi bastante bem organizado pelo NX Santo Tirso. O torneio disputou-se em 7 rondas em formato de 10 min por jogador.

1ª Ronda - Francisco Assunção 1-0 António A. Pintor


Comecei um torneio com um combate "fraticida" entre mim e o meu "tutor" do clube. Após ter colocado enorme pressão na abertura, uma desatenção minha, motivada ainda por alguma falta de "aquecimento", custou-me um peão na abertura, mesmo assim mantive-me "à escuta" do erro do meu adversário, que ocorreu aqui.


O meu adversário desistiu, com razões para isso.

2ª Ronda - Francisco Assunção 0-1 Fernando Nora

Logo na segunda ronda, sentei-me na confortável 1ª mesa, para defrontar o nº 1 do ranking do torneio. Neste jogo, após ter iniciativa inicial, o meu adversário forçou a troca de damas. Mas, como se não bastasse, abri um buraco em e5 para o cavalo adversário que lá se posicionou durante boa parte do tempo, e que combatia contra o meu bispo, que só entrou em jogo na parte final. Uma desatenção motivada pela enorme pressão a que estive sujeito, custou-me uma torre em troca do "todo-poderoso" cavalo adversário. Em evidente desvantagem não desisti, e já com menos de 20 segundos, empatei o jogo nesta posição.


Aqui as brancas parecem que com tempo conseguem pelo menos o empate, contudo, o tempo não ajudou, e acabei o jogo com 2 peões a menos. Com mais tempo, provavelmente seria capaz de melhor.

3ª Ronda - Luís Monteiro 0-1 Francisco Assunção


Neste jogo há pouco para contar. Joguei com um jovem que fazia o seu primeiro torneio na vida, e com tanta peça que me ofereceu, tornou-se difícil escolher qual devia comer primeiro. Uma jornada de "descanso" após um jogo complicado.

Em jogos como este, dava para jogar de olhos fechados :P
4ª Ronda - Francisco Assunção 1-0 André Moço

Neste jogo, logo na abertura, o meu adversário ofereceu-me duas peças. Apesar disso, pouco tempo depois, com um "garfo" de dama, apanhou-me um bispo e uma torre. Movi a torre e perdi o bispo. Mesmo assim controlei e ganhei com relativa facilidade.

5ª Jornada - Hugo Moreira 0-1 Francisco Assunção



Nesta partida, foi com alguma e inesperada facilidade que bati o meu adversário. Já havia jogado com o Hugo Moreira bastantes vezes, mas sempre foram jogos equilibrados. Este acabou por ser mais fácil. Vejamos o que aconteceu.


Estranhamente, o meu adversário decidiu começar a oferecer as peças quase todas e esperou até que o mate fosse consumado para dar o vulgar aperto de mão.

6ª Jornada - António Manuel Mendes 0-1 Francisco Assunção


Neste jogo, motivado por ter uma estrutura de peões que assim o indicava, e por ter ainda o par de bispos, ao contrário do meu adversário, decidi atacar da forma mais severa que pude, o roque do meu adversário. Como resultado, o meu adversário gastou uma boa parte do seu tempo, e apesar de eu ter dado a qualidade, acabei por recuperá-la pouco tempo antes do meu adversário ter perdido por tempo.

7ª Jornada - Francisco Assunção 1-0 António B. Pintor




Chegamos à ronda derradeira, em que defrontava o meu colega de clube, que, até àquela ronda, e tal como eu, apenas tinha perdido com Fernando Nora. Para além disso, António B. Pintor chegou a ter um score perfeito de 5 pontos nas primeiras 5 rondas. Previa-se um jogo difícil. Contudo, como colega de clube que era, eu já conhecia as suas "manhas" e já tínhamos estudado uma linha profunda da Defesa Escandinava, recentemente adoptada pelo meu adversário. Aqui vai o jogo, até ao momento em que ganhei vantagem decisiva.


A partir daqui, dei-me ao luxo de perder o peão a, e mesmo assim ganhar com facilidade.

Com 6 pontos em 7 jogos, acabei o torneio apenas perdendo com o eventual vencedor do torneio. Mesmo assim fiquei-me "apenas" pelo quinto lugar, em igualdade pontual com o 3º e a meio ponto do duo da frente. O torneio foi vencido por Fernando Nora, seguido por João Vicente e o surpreendente José Pintor, meu colega de clube, que esteve em tarde inspirada. 

Apesar da minha boa prestação, acabei por não ganhar nenhum prémio, o que em parte me desiludiu um pouco. Talvez faltaria que dessem também um prémio ao escalão sub-20, tal como deram a todos os escalões, para eu também receber o meu troféu. Falando no torneio em geral, penso que foi muito bem organizado, prova disso foram as comitivas, algumas que vieram de longe, que premiaram, de certa forma o esforço que o NX Santo Tirso tem vindo a demonstrar na organização de eventos do género. O facto de ser pago, não se mostrou como entrave, e acabou por ser compensado pelo lanche gentilmente oferecido pelo clube, a meio do torneio. O único aspecto que considerei negativo foi o facto dos prémios destinados aos 3 primeiros lugares serem "menos atractivos" que os prémios para os vencedores de cada escalão. Facto esse que motivou o meu colega José Pintor a até ter achado que preferia ter ficado em 4º e ter recebido o prémio de melhor do escalão sub-16, do que ter recebido o seu prémio de 3º lugar, uma vez que os prémios não eram acumuláveis.

Todos os jogadores tiveram direito a uma medalha em formato de porta-chaves, e um pai natal de chocolate. No final foi sorteado o cabaz de Natal que se vê na imagem, que calhou em sorte a Paulo Topa, jogador do Pontex.

Toda a colectânea de fotos, da autoria de Afonso Duarte, poderá ser vista clicando aqui.

Espero que haja mais no próximo ano :)

sábado, 27 de novembro de 2010

Taça AXP 2ª Ronda

A 2ª ronda da Taça AXP começou mais cedo para a equipa A do AC Alfenense, motivado por indisponibilidade de horários por parte do AP Vila D'Este B e porque mais à tarde jogaria a equipa B frente à AX Espinho. Assim os jogos arrancaram às 10 horas.


AC Alfenense A (18) 4-0 AP Vila d'Este B (24)

Francisco Assunção (1465) 1-0 João Pedro Castro (1298)
Hugo Soares (1537) + - - Emanuel Sousa (1401)
António B. Pintor (1505) 1-0 José Pedro Moreira (1253)
José Pintor (1353) 1-0 Vanessa Amorim (1332)


Neste jogo tivemos a vida facilitada por sabermos que um dos elementos da equipa adversária não pôde comparecer. Assim, bastava que eu ganhasse para que a equipa vencesse o encontro, ou então que eu e mais alguém empatasse a sua partida. Contudo, não facilitámos e vencemos de forma clara por 4-0.

Quanto à minha partida, pode parecer estranho mas 6.Nxe5 ainda é lance da abertura designada Defesa de Moller para a Abertura Espanhola. As pretas saíram do livro com 7...Qe7 e no lance 10 a minha vantagem já ronda os +1.20 de acordo com o Chessmaster XI. O jogo foi prosseguindo, e as brancas sempre tiveram vantagem ao nível do desenvolvimento, forçando as pretas a lances "feios" tais como 16...Ne6 e 18. Kd8. As pretas perderam o jogo de vez após 22... c6? que é respondido com 23.Nb6! removendo o bispo que estava a defender o cavalo de e6. Mesmo assim, as pretas ainda poderiam respirar um pouco caso jogassem 24. Nxf4! e seguissem a linha indicada no jogo. A partir daí o jogo não teve mais história. 

Uma nota para a rapidez "exagerada" de todos os jogadores do AP Vila D' Este B, que terminaram todos os seus jogos com aproximadamente 80 a 90 min no relógio. Isto fez com que o meu jogo terminasse em apenas uma hora, visto que acabei com cerca de 65 min. A partida mais "lenta" acabou por ser a de José Pintor, na qual, Vanessa Amorim optou por resistir até ser consumado o mate. Vitória justa para a equipa A do AC Alfenense, que deve jogar na próxima ronda frente a uma das 4 melhores equipas do ranking e que já garantiu a passagem directa à 4ª ronda dado ainda não ter averbado qualquer derrota. A próxima jornada joga-se a 12 de Fevereiro de 2011. Aqui fica também o resultado da equipa B.

AC Alfenense B (18) 1-3 AX Espinho (6)

Tiago Pereira (1219) 0-1 Alexander Cardoso (1714)
Hugo Gomes (1203) 1-0 Nelson Monteiro (1500)  
João Pintor (1172) 0-1 William Fukunaga (1686)
Diana Ribeiro (1135) 0-1 Rui Cardoso (1557) 

domingo, 21 de novembro de 2010

Taça AXP 1ª Ronda

Hoje disputou-se a primeira ronda da Taça AXP. A equipa A do AC Alfenense, 18º cabeça de série, deslocou-se ao Fórum de Arte e Cultura de Espinho, para defrontar o AX Espinho, 6º da grelha inicial.

AX Espinho (6) 1,5 - 2,5 AC Alfenense A (18)

Sérgio Ribeiro (1781) 0-1 Francisco Assunção (1465)
Nélson Monteiro (1500) 1-0 Hugo Soares (1537)
Rui Cardoso (1557) 0-1 António B. Pintor (1505)
Pedro Pereira (1529) 1/2-1/2 José Pintor (1353)

Com alguma surpresa, todos os resultados contrariaram os elos dos jogadores, fazendo com que tenhamos vencido pela margem mínima. O meu resultado, aparentemente, acabou por ser o mais surpreendente, vencendo em 30 lances, um adversário com mais de 300 pontos de elo que eu. Aqui fica a minha partida.

O meu jogo teve algumas nuances interessantes, a começar pela abertura um tanto ou quanto incomum, que se denomina Contra-Gambito de Blumenfeld. Há uns tempos para cá havia estudado esta abertura, e desta vez decidi utilizá-la e com sucesso.
O meu adversário sabia os primeiros lances desta abertura, mas teve dificuldades em encontrar o melhor plano, nomeadamente pela falta de uso que deu ao seu bispo das casas pretas. No lance 11, b3 seria a continuação adequada para colocar o bispo em b2. A pressão e o tempo não o ajudaram e na posição final as pretas já levam +10.50 de acordo com o Rybka 2.2.

A equipa esteve bastante bem, com realce para António B. Pintor, que numa posição completamente empatada de peão e torre vs peão e torre arrancou uma vitória beneficiando dum erro crasso do adversário. Já Hugo Soares, teve a partida sob seu domínio durante um longo período, contudo com um lance demasiado agressivo, motivado pela vontade em vencer, acabou por encurralar o seu rei, forçando-o a dar uma torre para evitar o mate. José Pintor arrancou um rápido empate.

A próxima jornada joga-se já no próximo fim-de semana.

Como nota breve, de referir que a equipa B do AC Alfenense foi derrotada por 0-4 perante a AX Gaia I.

AC Alfenense B (25) 0 - 4 AX Gaia A (3)

Tiago Pereira (1219) 0-1 Miguel Ferreira (1883)
Hugo Gomes (1203) 0-1 André Mateus (1701)
João Pintor (1172) 0-1 Tiago Alves (1432)
Diana Ribeiro (1135) 0-1 Pedro Dias (1418)


2ª ronda - 27 Nov às 15h


AC Alfenense A (18) - AP Vila d'Este B (24)
AC Alfenense B (25) - AX Espinho (6)


terça-feira, 16 de novembro de 2010

Início da competição oficial


Arranca já no próximo fim-de-semana, a competição por equipas oficial da nova época, no distrito do Porto, com a V Taça AXP. A prova contará com 30 equipas, e o formato habitual de eliminação à 2ª derrota. Este ano, como mero teste, o AC Alfenense decidiu apostar com duas equipas, apesar de cada uma equipa conter apenas 5 jogadores. Aqui fica a constituição de cada uma delas.

AC Alfenense A (18): Francisco Assunção (1465); Hugo Soares (1537); António B. Pintor (1505) e José Pintor (1353)

AC Alfenense B (25) : António A. Pintor (1622); Tiago Pereira (1219); Hugo Gomes (1203); João Pintor (1172) e Diana Ribeiro (1135)

No sorteio da primeira ronda, realizado ontem, ambas as equipas têm tarefas complicadas pela frente...

AX Espinho (6) - AC Alfenense A (18)
AC Alfenense B (25) - AX Gaia A (3)

Os jogos são no sábado as 15h. Boa sorte a todos!

sábado, 6 de novembro de 2010

II Torneio de rápidas Pierre-Éric Spindler

Hoje de manhã, decorreu na Casa de Chá do Parque D. Maria II, em Santo Tirso, o II Torneio de rápidas Pierre-Éric Spindler, em homenagem a um dos fundadores do NXST, infelizmente já falecido. O torneio foi ao ar livre, na esplanada da Casa de Chá e o ritmo foi 5 minutos.

1ª Jornada - Francisco Assunção 1-0 Nelson Coelho

Comecei o torneio com um jogo fácil, ganhando uma peça na abertura, da seguinte forma. A partir daqui limitei-me a controlar.


2ª Jornada - Francisco Assunção 1-0 Rui Ferreira

Neste jogo, o meu adversário, apesar de ter tido uma desvantagem posicional a partir da abertura, conseguiu defender-se bem mantendo o material igualado. Contudo, já em apuros de tempo ofereceu um bispo ainda antes de ter oferecido um mate em 3.

3ª Jornada - António A. Pintor 0-1 Francisco Assunção

Logo a 3ª Jornada começava já a defrontar um dos meus companheiros do Alfenense na mesa 1. Era sinal que tudo nos estava a correr muito bem. Neste jogo, comecei bem, ganhando um peão nos primeiros 6,7 lances da partida, sem que as brancas tivessem compensação. No entanto, ofereci outro nesta sequência de lances. No fim, com Qxd2! passei a ganhar por uma peça e o final não demorou.



4ª Jornada - Jorge Dias 0-1 Francisco Assunção

Neste jogo, um erro de cálculo de minha parte custou-me uma torre em troca de um cavalo. Contudo, fui-me defendendo, e já em apuros de tempo mútuo ganhei desta forma.


5ª Jornada - Francisco Assunção 1-0 Hugo Soares

Nesta partida, eu e o meu colega de clube jogamos uma abertura que já havíamos experimentado várias vezes, nomeadamente no último torneio da Fontes. Logo ao lance 16, ganhei um cavalo com Qxc6!. O meu adversário acabou por desistir após ter apanhado um "duplo" ao rei e a uma torre. Cá vai o jogo na íntegra.


6ª Jornada - Hugo Moreira 0-1 Francisco Assunção    

Contra Hugo Moreira, desde cedo ganhei novamente uma boa vantagem posicional. Nesta posição, para as brancas Nh5! parecia forte, ao contrário de Re3 que perde a torre de a1.


7ª Jornada - Francisco Assunção 0-1 António B. Pintor

Neste jogo, o meu adversário exercitou a sua recente abertura escandinava e até se deu razoavelmente bem, criando boas chances desde cedo. chegámos a posições bastante complicadas, em que o erro era iminente. A pressão e o tempo não me ajudaram e acabei por falhar nesta situação.


8ª Jornada - Luís Dias 1-0 Francisco Assunção

Neste jogo, já um pouco afectado pela minha infelicidade na ronda anterior, acabei  por demorar um pouco mais a pensar, apesar de ter conseguido construir uma posição vencedora. Acabei o jogo perdendo por tempo, numa posição em que tinha a minha dama e peões contra apenas peões do meu adversário. Bastante desolador..

Com 6 vitórias e 2 derrotas nas duas últimas jornadas, fui relegado para o terceiro lugar, recebendo como prémio um "porquinho-mealheiro" pintado a branco e indicando o torneio e respectiva classificação. Bastante original! Já o primeiro lugar acabou por ficar a cargo do meu colega Hugo Soares que acumulou 6,5 pontos, recebendo um "mini-fogareiro" com uma forma parecida com uma taça em barro. O segundo foi António B. Pintor, que recebeu também um porco-mealheiro. Mais um torneio com um pódio totalmente Alfenense :D. Acabei por ficar minimamente satisfeito com o meu nível de jogo, e pelas combinações que consegui encontrar em curto espaço de tempo. A forma como perdi o 1º lugar foi um pouco desoladora mas estes torneios também servem para recarregarmos baterias para a nova época.

Aqui estão algumas fotos e a classificação final.






sábado, 30 de outubro de 2010

Finais sem peões

Após um jogo que tive online, no ChessCube.com, surgiu-me uma dúvida acerca de um final sem peões, de torre e rei contra cavalo e rei. O jogo que tivemos foi este, e o tempo usado foi 20 min.


Como se vê, consegui ganhar neste final de rei e torre contra rei e cavalo, apesar de ter feito os últimos 30 lances com menos de um minuto no relógio (!). Após o jogo surgiu a dúvida para saber se as brancas conseguiam forçar empate. O que se comprova com a tabela seguinte:


Como se vê, teoricamente, o final está empatado, e o erro acabou por ser o facto do meu adversário ter afastado o cavalo do rei, permitindo que eu o encurralasse. Como complemento, sugiro a leitura do artigo do link junto da tabela, que resume muito bem tudo aquilo que é preciso saber acerca deste finais sem peões.

Já agora aproveito para informar que já está actualizada a secção Próximos torneios, com as competições em que irei participar, e que já estão agendadas. O II Torneio de rápidas Pierre-Éric Spindler, inicialmente previsto para hoje, foi adiado para "logo que possível", devido ao mau tempo, conforme indica o blog do NXST.

sábado, 18 de setembro de 2010

Os dois piores jogadores de xadrez do mundo quiseram fazer um jogo...

É isso mesmo. Patzer e Duffer, os dois piores jogadores de xadrez da história, e recentes estrelas da marca G-Star, decidiram fazer um jogo no centro de Nova Iorque, e em directo para todo o mundo. Durante o jogo era possível apostar nos lances em que os jogadores iam jogar, sendo que a G-Star daria 5 dólares por cada lance acertado. Felizmente, para a G-Star, ninguém acertou nenhum lance. O jogo acabou em 10 lances com um empate por afogamento!



À saída do local do jogo, Duffer, visivelmente descontente com o desfecho da partida, referiu que Patzer teve muita sorte com o resultado. Mostrou-se ainda arrependido por não ter jogado 7....Qxd2+! argumentando que, oferecendo a dama nestas condições, seria muito mais fácil vencer a partida.

Já Patzer, ficou super-radiante com o empate conseguido e explica que esse empate já havia sido calculado por ele desde o fantástico 3.Qxa5!. A partida terminou sob um coro de assobios e vaias para os jogadores, mas fica para história como o empate por afogamento mais rápido da história!


Nota: O conteúdo desta mensagem é puramente humorístico. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência ;).

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Jogos de (fim de) Verão xD

Boas!

Hoje fiz um jogo no ChessCube.com que achei bastante interessante pela qualidade de alguns lances que realizei. Não me vou alongar em comentários, deixo apenas que tirem as vossas conclusões. Os lances mais decisivos estão assinalados com a "pontuação" devida. Enjoy :D

E Magnus Carlsen venceu o mundo...

Magnus Carlsen, o nº1 do mundo, bateu hoje o mundo de forma categórica, mostrando a razão pela qual detém o lugar que ocupa.

O jogo foi provavelmente perdido porque tornava-se difícil para os 3 GM's desenvolverem um plano de jogo, uma vez que os seus lances eram frequentemente negados pelos jogadores online. O mesmo não acontecia com Magnus, que mostrou que detinha um plano de jogo bem estruturado e desde a abertura que tomou a rédea dos acontecimentos.

Eu assisti a partida no site oficial, e votei nos lances que achei mais acertados. Era também possível ouvir os comentários acerca da partida de Garry Kasparov, que mostrou que ainda está em forma e ia explicando, inclusivé, os erros que Magnus Carlsen ia fazendo ao longo do jogo. Segundo a lenda do xadrez, 17.f3! ou 17.h3!  praticamente decidiria a partida, uma vez que o peão de d6 vai cair, dado que as pretas são forçadas a recuar o bispo para d7. Aliás, ainda antes do lance 20, Kasparov já temia pela posição das pretas e admitiu que, por essa altura, se fosse ele a decidir, já teria desistido. Contudo, Carlsen jogou 17.Nc4, e com este ligeiro erro, as pretas ainda ganharam alguma iniciativa, mas o duplo peão passado de Carlsen decidiu a partida.

Sobre o evento em geral, é sempre bom ter a oportunidade de jogar frente a um jogador da classe de Magnus Carlsen, e espera-se que novas oportunidades venham a decorrer nos próximos anos.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Reinício de época

Com a chegada do mês de Setembro, regressa também a actividade xadrezística ao AC Alfenense. Por isso, para os potenciais interessados, os treinos serão aos sábados, já a partir do próximo, a partir das 10 horas da manhã, na sala da direcção do AC Alfenense. Para mais informações, visitem o site da secção de xadrez do AC Alfenense.

Para além disso, foram publicadas as novas listas de Elo FIDE. Assim, o meu Elo  passa a ser de 1465. Destaco também a entrada na lista do meu colega de clube Hugo Soares com 1537, elevando o número de jogadores com Elo FIDE do clube para 4, juntando-se a mim (1465), António B. Pintor (1505), e José Pintor (1353).

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Conseguirá bater Magnus Carlsen?

Magnus Carlsen, após a sua recente incursão pelo mundo da moda, associou-se à marca G-Star, e a 10 de Setembro tentará bater uma equipa seleccionada por Garry Kasparov que representará o mundo. Cada elemento da equipa irá votar para decidir que lances irão ser jogados, no habitual sistema de "Vote Chess" presente em muitos sites de xadrez online. Essa equipa irá ser ajudada por 3 GM's: Hikaru Nakamura, Judit Polgar e Maxime Vachier-Lagrave, que sugerirão lances. O evento decorrerá no Cooper Star Hotel em New York, USA, e será transmitido para todo o mundo. Qualquer pessoa poder-se-à candidatar a um lugar para representar a "World Team. Pelo que percebi, será também possível que decorra o voto online, para os jogadores que não possam estar presentes no local da prova. Assim, para os interessados, sugiro que visitem o site da prova para mais informações.Eu já me inscrevi, e estou a espera de informações :).

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Jogos de Verão xD

Hoje trago uma partida que joguei online no ChessCube.com , contra um adversário que rondava os 1650 de rating no site, frente aos meus cerca de 1800 que ainda detenho actualmente. O ritmo utilizado foi 15 minutos por jogo


Este jogo foi bastante rico em sacríficios intimidantes. O primeiro (16.Bxh6!) dá início ao ataque branco e põe o jogo completamente a favor das brancas, já que gxh6 leva Qxh6 com um ataque muito forte. De forma astuta, o meu adversário remendou o erro, e não tomou o bispo. Até que ao lance 28, eu com o jogo teoricamente ganho, decido sacrificar a minha torre de uma forma muito pouco ortodoxa com 28. Rxf7. Aqui tinha a ideia que se o meu adversário tomasse de dama, que teria e6 e o meu adversário seria forçado a dar a dama. Isto seria real caso o bispo e a dama estivessem trocados, tal como eu imaginei na minha cabeça! De qualquer forma, o meu adversário pensou que não podia tomar o peão e desistiu! No caso de 29. Qxe6 seguir-se-ia Rh8+ Rh7+ Rh8+ e as brancas não têm melhor que perpétuo! Um bom exemplo de como o meu adversário ficou intimidado com o jogo tão agressivo que utilizei. Mesmo assim, é claro que havia melhor do que 28.Rxf7. A continuação ideal seria simplesmente inverter a ordem dos lances. Assim seria 28.e6! e as brancas têm de dar a dama para evitar mate. 
Isto também me leva a lembrar de uma frase que o Josh Waitzkin diz no Chessmaster XI de que "Quando imaginámos um bom ataque, devemos tentar inverter a ordem dos lances e ver se assim estamos melhor". Contudo em rápidas todos temos o hábito de ver um lance bom e jogá-lo logo, sem pensar se há melhor, o que se compreende.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Puzzle de Verão xD

É tempo de Verão e com este calor todo torna-se angustiante fazer um jogo. Por isso nada melhor do que fazer uns puzzles para manter o ritmo xD. Cá está uma posição vinda mais uma vez do meu subconsciente. É óbvio que as brancas estão em clara vantagem, mas tentem encontrar a forma mais rápida de vencer. Comentem caso saibam.

domingo, 18 de julho de 2010

6ª e 7ª Jornada da Final do Distrital Absoluto

Decorreram na passada semana as últimas jornadas do distrital absoluto.

6ª Jornada - Francisco Assunção 1467 (22) 0-1 André Mateus 1614 (15)


Acabou por ser um jogo duro e equilibrado, com um ligeiro perdor atacante das brancas, no entanto, com uma boa defesa por parte das pretas. Chegou-se a um final de torres teoricamente empatado em que tinha um peão a menos. Segundo a nossa breve análise, 39.f3 resolveria o problema e dificultaria a passagem do possível peão passado de e. No entanto ainda são um pouco evidentes algumas dificuldades que ainda tenho em finais, dado que algumas das suas teorias fogem em muito das teorias base da abertura e meio-jogo que domino melhor.

7ª Jornada - André V. Sousa 1562 (25) 1-0 Francisco Assunção 1467 (22)

Nesta partida parti com ambição de uma vitória, e daí rapidamente parti para o ataque. E de certa forma até foi um ataque um tanto ou quanto agressivo contudo um pouco impreciso. Ao lance 17 arrependi-me de não ter jogado 17.Bb4+, e visualizava poucas chances para as brancas fugirem ao mate. O problema é que só vi isso depois de jogar. A partir daqui não houve muita história, o meu ataque gastou-me bastante tempo no relógio e já em apuros de tempo deu-me para fazer algumas "tolices" do costume.

Terminei o Distrital na 23ª posição com 2.5 pontos, um pouco abaixo das minhas expectativas, contudo ao nível do meu ranking inicial. Espero que com este torneio aprenda a "tapar" algumas falhas que ainda mostro a alguns níveis e que para o ano possa lutar por uma posição mais "respeitável". A competição foi ganha pelo FM Jorge Ferreira, logo seguido do NM António Silva e por Rui Trindade.
Por agora, segue-se um período de férias que deverá durar até à abertura da nova época. A competição, à partida, so aí deverá regressar.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Jornal de Santo Thyrso com posição do jogo Fernando Nora-Francisco Assunção

Para quem já não se lembra, infelizmente, eu tive o "brilhantismo" de falhar um mate em 2 na 1ª jornada da final distrital frente a Fernando Nora. Em memória desse grande acontecimento, o Jornal de Santo Thyrso publica esta semana como diagrama o meu mate falhado. Assim visto parece fácil (Qf4+ gxf4 gxf4#) mas é evidente que isto visto no calor do sofá é sempre mais confortável do que estar lá no tabuleiro a jogar. Um mero apontamento para o facto de me considerarem "jogador da Divisão Distrital do Porto", já que desde a última época e na próxima, fui e continuarei a ser "jogador da III Divisão Nacional".

5ª Jornada do Distrital Individual Absoluto

Decorreu ontem mais uma jornada do Distrital Absoluto, e o meu adversário desta vez foi Fernando Carvalho, atleta do GX Porto.

5ªJornada-Fernando Carvalho 1549(17) 0-1 Francisco Assunção 1467(22)


O meu adversário optou por uma variante pouco comum no jogo de peão de dama, teoricamente equilibrada. Contudo a partir de 18.Ne4 as pretas parecem ter alguma iniciativa, dado que vão ganhar um peão do roque, posicionando bem um cavalo, em troca do frágil peão de d5. 
O jogo prosseguiu até que o meu adversário jogou 20. Bc4?! É óbvio que aqui vi que podia tomar a torre de f1 mas pensei logo nos múltiplos ataques que podiam sair do lado das brancas. Segundo a análise que fizemos posteriormente, Após 20....Nxf1 21.Nxg5! levaria a um ataque muito forte que era muito complicado de controlar. Eu imaginei logo esse ataque, e preferi ver-me livre daquele cavalo de f3. De seguida acabei por errar. Quando o meu adversário joga 21.Rb5 deveria ter jogado imediatamente 21.Qc6 atacando o bispo e posteriormente ganhando uma peça. A partir daí o jogo prosseguiu praticamente empatado. Até que a certa altura o meu adversário joga o lance 25. Bd1. Aqui rapidamente percebi que ele tinha deixado encurralada a torre de f1. Mas surpreendentemente haveria forma de salvar esta torre com 26.Bh5! atacando a dama, oferecendo a troca e abrindo espaço para a torre fugir. A partir daí o resto foi história, e nunca mais perdi a vantagem que tinha.

Com esta vitória saltei para o grupo dos 13º com 2.5 pontos em 5 possíveis. Na próxima e penúltima jornada defrontarei o jovem André Mateus de brancas, numa possível re-edição do jogo que tivemos no distrital de semi-rápidas por equipas. Espero que o resultado seja o mesmo :P.

sábado, 10 de julho de 2010

4ª Jornada do Distrital Individual Absoluto

Decorreu ontem a 4ª Jornada da Final do Distrital Individual no Museu do Vinho do Porto.

Desta vez coube-me defrontar Miguel Ferreira, o Campeão Distrital de Sub-18 e recém 3º Classificado no Distrital de Rápidas.


4ª Jornada-Francisco Assunção 1467 (22) 1/2-1/2 Miguel Ferreira 1831 (9)

Previa-se, claro está, um jogo complicado, contra um adversário bem mais experiente. Na abertura escolhi jogar a inglesa (1.c4), mas que rapidamente foi transposta para Gambito de Dama recusado variante Semi-Eslava.





Após o ligeiro erro 14.Qxb6? perdi um peão na abertura. Contudo, aí olhei para o jogo das pretas e previ que todo o jogo das pretas iria passar por aquele cavalo de c4, dado que as outras peças se encontravam "empancadas" pelo bispo mau de c8. Assim sacrifiquei a qualidade. Contudo, nesta altura a minha desvantagem já rondava os -1.5 de acordo com o Chessmaster XI o que mostra que esta foi uma manobra arriscada. Algo curioso foi que esta desvantagem manteve-se inalterada até perto do lance 30, o que mostra que de facto o jogo não estava fácil para as pretas. Até que chegados ao lance 42 chegou o momento do jogo. As brancas parecem perdidas mas aqui joguei 42.Rf7+. Á primeira vista parece um xeque normal mas se virmos bem, o rei tem poucas hipóteses de fuga ao perpétuo ou à perda de material!
Legenda: Ponto negro: Quadrado para o qual o rei não se pode mover
Ponto verde: Quadrado em que o rei se salva de perpétuo sem perda material importante
Ponto amarelo: Quadrado em que o rei pode levar perpétuo.
Ponto vermelho: Quadrado que implica uma grande perda material.

O plano das pretas devia assim passar por chegar à casa segura (e6) sem passar por casas com pontos vermelhos. As pretas preferiram escolher 43.Kf5? e perderam a torre. O ideal seria o itinerário f4-e5-d5-e6. Aqui a minha desvantagem passou de -4.5 para aproximadamente 0. 
A partir daqui, e com xeques bem calculados, consegui aproveitar a frágil estrutura de peões que o meu adversário tinha comi todos os seus peões. Chegámos assim a um final curioso de Torre e Cavalo vs Torre. Teoricamente este final é um empate. Contudo já foi visto em alguns encontros, GM's conhecidos a tentarem vencer neste final. No entanto, tal só acontece com algum erro grave por parte de quem defende e no caso de que quem defende estar com o seu rei encostado a um lado do tabuleiro. Vejam por exemplo este jogo em que Kasparov venceu neste final: Judit Polgar vs Garry Kasparov, 1996 0-1
Naquela altura já me encontrava um pouco fatigado e como ficaria satisfeito com o empate decidi oferecê-lo ao meu adversário. Para espanto meu, mas explicado pelo facto do meu adversário estar extremamente frustrado com o seu resultado, o meu adversário recusou. Por uma razão até tem uma certa lógica: eu no relógio tinha pouco menos de 10 minutos, enquanto que o meu adversário usufruía de quase uma hora. Estranhamente, tive que ser eu a forçar empate com a troca de torres. Deste jogo resultou assim um resultado bastante positivo em que mais uma vez fui premiado por um sacrifício de qualidade que até teve a sua lógica
A classificação é liderada por um trio formado por 3 jogadores com 3.5 pontos em 4 possíveis (Jorge Ferreira, Jorge Coelho e Rui Trindade). Já eu estou contido no grupo dos 18º com 1.5 pontos.

Na próxima jornada defrontarei de pretas Fernando Carvalho.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

2ª e 3ª Jornada do Distrital Individual

O Distrital Individual prosseguiu esta semana com mais duas jornadas (2ª e 4ª feira). Na 2ª Jornada, coube-me defrontar Nuno Messeder Ferreira.
Foi um jogo extremamente disputado com uma ligeira predominancia das pretas ao nível da dominância em termos materiais e espaciais. Aqui fica o jogo para verem.
2ª Jornada - Francisco Assunção 1467 (22) 0-1 Nuno Messeder 1631 (13)

Na parte final nota-se bem que as brancas falharam algo. Com um sacrifício de um peão consegui dobrar as torres na coluna c e colocar forte pressão na sétima fila, atacando a dama. No entanto o meu adversário saiu-se com um lance curioso que tem um objectivo trocar peças: 29. ...Re1+?! Aqui respondi com 30. Kf2! o que é um grande lance pois ataca torre enquanto a dama está a ser atacada. Por excesso de confiança no meu ataque, e por achar que a dama estava bem em b3, decidi jogar, de forma precipitada 31.Kxg3??. Aqui larguei a pressão que estava a colocar na torre de e1. Se mantivesse a pressão com 31. Qxg3! ganharia a torre porque ambas rainha e torre estão atacadas. O excesso de confiança foi tal que eu achei que o meu rei estava seguro em h4 só passivel de resposta g5+ e Kh5. Naquele momento nem sequer me passou pela cabeça o mate. Perdi de forma bastante inglória, contudo o meu adversário pareceu mais regular.


Depois de ter ficado um pouco intrigado pela forma como perdi nos últimos dois jogos, parecia-me decidido para mudar o rumo dos acontecimentos.

3ª Jornada - Hugo Soares 1554 (26) 0-1 Francisco Assunção 1467 (22)



Defrontei o meu já mais que conhecido colega de equipa Hugo Soares. Como já previa que ele jogaria d4, por experiência própria, decidi estudar uma abertura que o meu adversário não dominasse tão bem a fim de apanhá-lo desprevenido. A minha escolha foi o Contra-Gambito de Albin, uma variante bastante ousada que tem como objectivo uma vantagem no desenvolvimento em contra-partida da perda de um peão. Foi o que aconteceu neste jogo em que a minha verdadeira vantagem iniciou-se quando recuperei o peão perdido. No entanto, era necessário consolidar a vantagem. 22... b5!? foi um lance surpreendente que tem como objectivo ganhar um peão, uma vez que as pretas não podem avançar nem capturar o peão dado que Ba2 encurrala a torre de b1. No entanto o meu adversário respondeu com um lance que na altura não vi mas que até nem me importei muito por não ter visto: 23. Bc6. Não demorei muito a nesse momento sacrificar a qualidade, em troca de dois peões passados, uma compensação bastante satisfatória. Para as brancas, nesta posição pedia-se 25 Rxc4! as brancas também sacrificam a qualidade e o jogo parece empatado. O jogo prosseguiu e cheguei a um final vantajoso de torre contra dois bispos. Os meus bispos bem coordenados, rapidamente teceram uma teia que limitou em muito os movimentos da torre adversária. Assim ganhei os peões do lado da dama e comecei a subir o meu peão passado de a. Este peão, ajudado pelos dois bispos, rapidamente, e até de forma surpreendente para mim na altura, conseguiu ser promovido ficando num final totalmente ganho de dama contra torre. Foi um jogo duro em que fui premiado por alguma ousadia tanto na escolha da abertura, como do sacrifício de qualidade em que consegui tirar vantagem.

Já com 1 ponto amealhado parto para a 4ª Jornada para defrontar Miguel Ferreira 1831 (9) de brancas.

domingo, 4 de julho de 2010

Distrital de Rápidas Colectivo e Individual

Decorreu no passado sábado, em Vila das Aves, o Distrital de Rápidas colectivo e individual. De manhã, na etapa colectiva, a minha equipa assim se constituiu: AC Alfenense A: Francisco Assunção. Hugo Soares, António Bastos Pintor e José Pintor.

Os nossos resultados foram os seguintes.

AC Alfenense B 0-4 AC Alfenense A
AC Alfenense A 1-3 GD Dias Ferreira A
AC Alfenense A 2.5-1.5 AP Vila d'Este B
AX Gaia 3-1 AC Alfenense A
AC Alfenense A 2.5-1.5 GD Dias Ferreira B
AP Vila d'Este A 0-4 AC Alfenense A
NX Santo Tirso 3-1 AC Alfenense A

A classificação final foi a seguinte.
Acabámos num 5º lugar, um pouco abaixo daquilo que seríamos capazes. Contudo, o nosso único mau resultado foi com o NX Santo Tirso, para o qual contribuiu um erro de cálculo meu no meu jogo com o Hugo Moreira. Teríamos assim a capacidade de chegar ao pódio, dado que até conseguimos vencer a equipa que se colocou no 3º lugar.

Já na parte individual, à tarde, os participantes foram colocados em séries, de acordo com o Elo dos jogadores. Os participantes jogaram assim num sistema de todos contra todos dentro da sua série.

Assim os jogos foram os seguintes.

Júlio Silva 0-1 Francisco Assunção
Francisco Assunção 1-0 Nuno Seabra
Paulo Topa 0-1 Francisco Assunção
Francisco Assunção 1-0 Irina Oliveira
Rui Pedro Gonçalves 0-1 Francisco Assunção
Francisco Assunção 1-0 Carlos Pereira

Nesta série, o destaque vai para a vitória que tive frente a Carlos Pereira, um adversário com 1988 de Elo Fide. No entanto foi uma vitória razoavelmente fácil, o que mostra que esta não é de facto a especialidade deste jogador. Já a vitória frente a Nuno Seabra revelou-se extremamente complicada. A meio do jogo resolvi trocar a minha dama por duas torres adversárias. No entanto acabei por perder uma das minhas torres e já com cerca de um minuto de ambos, tinha uma torre e 2 peões contra uma dama e um peão do meu adversário. Por sorte, o meu adversário colocou o rei alinhado com a dama oferecendo-a em troca da minha torre. Como já tinha um peão perto da promoção, acabei por ganhar facilmente o final. Pelo meio ainda venci Paulo Topa, elevando o meu "score" em encontros realizados para 3-1, o que já me dá uma bela margem de manobra. No entanto, o meu adversário mostrou-se resignado dizendo que a continuar assim o "score" passaria para cerca de 1000-1. Eu agradeci o elogio, mas este "score" só deverá ser aumentado para a próxima época.

Como é fácil de perceber, qualifiquei-me em 1º da minha série. Assim fui disputar a série dos primeiros para decidir os 8 primeiros lugares, onde tive os seguintes jogos.

Francisco Assunção 1-0 Pedro Miguel Mendes
Henish Balu 1-0 Francisco Assunção
Francisco Assunção 0-1 Simão Pintor
Tiago Manuel Neves 0-1 Francisco Assunção
Francisco Assunção 0-1 Miguel Ferreira 
Francisco Assunção 0-1 Fernando Nora
Alexander Cardoso 0-1 Francisco Assunção

Nestas partidas, numa série com bastantes jogadores mais cotados do que eu, consegui um bom 5º lugar em 54 jogadores presentes, consagrando-me assim Vice-Vice-Vice-Vice Campeão Distrital de Rápidas! Podem ver aqui a classificação completa. Algo curioso também foi que venci o primeiro, o do meio e o último jogo que disputei. O destaque vai para a minha vitória frente a Alexander Cardoso, na qual um peão "mal comido" pelo meu adversário originou a "morte" de um dos cavalos do meu adversário. A partir daí resisti aos ataques severos do meu adversário ao meu roque, comuns na siciliana de dragão e parti para um final ganho de torre e peões contra bispo e peões com dois peões passados pretos. Até que o meu adversário perdeu por tempo. Mais cedo, no jogo frente a Simão Pintor, falhei uma oferta de um cavalo do meu adversário.
Em vez de 7. a3? nesta posição pedia-se 7.Qa4+! e as pretas não têm hipótese de salvar o cavalo de b4. Como falhei isto, o jogo manteve-se equilibrado, e num final com um peão a menos acabei por desistir por ver o meu tempo a acabar, e a minha posição perdida.

Na classificação geral, destaque para o vencedor Fernando Nora, seguido de Simão Pintor e Miguel Ferreira, todos eles com Elos superiores a 1800. Com pena minha, não houve prémio para o 5º classificado o que me causou um pequeno "amargo de boca". Mesmo assim obtive uma excelente performance para a curta experiência que ainda tenho.

1ª Jornada da Final do Distrital Absoluto

Arrancou na sexta-feira a Final do Distrital Absoluto a decorrer no Museu do Vinho do Porto. Após alguns minutos de espera, tomamos conhecimento do emparceiramento para a primeira ronda para os 30 jogadores participantes.

Fernando Nora 1892 (7) 1-0 Francisco Assunção 1467 (22)
Neste jogo, o meu adversário usou a abertura inglesa, à qual eu respondi com a variante de dragão invertida. Assim para alguém que estivesse reconhecida com os planos base destas aberturas, parecia que eu estava a jogar de brancas contra uma siciliana do meu adversário. Aqui fica o jogo para verem.


Neste jogo, na fase inicial, preocupei-me em travar alguma iniciativa que houve por parte das brancas, correspondendo com um sólido roque do lado da dama. Pelo meio tive tempo para subir os meus peões e encontrei uma chance de ataque. Contudo antes de consumar o ataque, tive o brio de jogar um lance que tem tanto de retrógrado como de eficaz. 26...Na8! bloqueia completamente os ataques das brancas, e permite à dama partir para o ataque. Caso prosseguisse com 26...Bh3? seguir-se-ia 27. Na6+! bxa6 Qxc7 e penso que daria em perpétuo. O jogo prosseguiu segundo o meu plano e as brancas foram-se defendendo bem. Até que Fernando Nora cometeu um enorme erro ao jogar 33.f3? seguiu-se 33...Rh2+ 34. Ke3?? Aqui as brancas com dois erros consecutivos deitariam tudo a perder, e nesta posição não consegui vislumbrar que as brancas, já em apuros de tempo, me ofereceram um mate em 2 que seria brilhante.

Aqui as pretas deveriam jogar 34...Qf4+!! um sacrifício de dama impressionante que levava a 35. gxf4 gxf4#/exf4#. Aqui se vê que f3 foi um grande erro das brancas porque, ou haveria mate para as pretas, ou se perderia esse peão com um ataque muito forte. É importante dizer também que este erro foi motivado pelos poucos minutos que as brancas já tinham no relógio. O jogo continuou e perda do domínio da coluna h significou uma derrota rápida. 

Acabou por ser uma derrota bastante amarga por questões óbvias. Contudo, por essa hora, já nos deveríamos ter aproximado da meia-noite e por isso seria natural que os neurónios já não trabalhassem muito bem.

Espero recuperar já na segunda-feira, onde irei defrontrar Nuno Messeder Ferreira, desta vez de brancas.

domingo, 27 de junho de 2010

Distrital de Semi-Rápidas Colectivo

Como disse ontem, hoje decorreram os distritais de semi-rápidas na variante colectiva, mais uma vez em Gaia.

A minha equipa foi constituída da seguinte forma: AC Alfenense A: José Pintor, António Abranches Pintor, Francisco Assunção e António Bastos Pintor.

Segundo a ordenação feita pelo elo médio das equipas, nós éramos à partida os 7º do ranking inicial, num total de 16 equipas. Os jogos que tivemos foram os seguintes. Irei analisar, como é óbvio apenas os meus jogos.

1ª Jornada - AC Alfenense A (7) 4-0 AP Vila d' Este B (15)

Neste jogo pouco há para contar. Joguei com a jovem Mafalda Oliveira, que tem a particularidade de ter um dos elos mais baixos do país (915). A diferença era notória, e vencemos com naturalidade.

2ª Jornada - GD Dias Ferreira A (2) 4-0 AC Alfenense A (7)

Daniel Quintã 1-0 José Pintor
Fernando Nora 1-0 António A. Pintor
Henish Balu 1-0 Francisco Assunção
Nuno Andrade 1-0 António B. Pintor


Neste jogo acabei por ser vítima de um ataque severo ao meu roque numa siciliana dragão de roques em lados opostos. O meu ataque do lado da dama foi nulo, porque não encontrei tempo na minha defesa para isso.

3ª Jornada - AC Alfenense A (7) 1.5-2.5 Pontex A (8)

José Pintor 0-1 André Costa
António A. Pintor 1/2-1/2 André Martins
Francisco Assunção 1-0 Jean-Jacques Costa
António B. Pintor 0-1 Paulo Topa

Neste jogo, o meu adversário usou a defesa siciliana e eu respondi com a variante Alapin (2.c3). O jogo prosseguiu equilibrado, mas sempre com iniciativa das brancas. Até que chegámos à seguinte posição.

O meu adversário atrasou o roque e jogou ...f6? isto é um erro porque levou a Qh5+ Kf8 Ng6+ ganhando a torre. A alternativa g6 levava naturalmente a Nxg6. A partir daqui controlei e o meu adversário não demorou a desistir. Neste encontro extraiu-se um resultado pouco positivo, por alguma certa falta de inspiração dos meus companheiros. Contudo, num outro jogo, numa outra situação de maior atenção, teriam capacidade para vencer esta equipa do Pontex A por boa margem.

4ª Jornada - GD Dias Ferreira B (5) 1-3 AC Alfenense (7)

Pedro Mendes 1/2-1/2 José Pintor
Miguel Simões 1/2-1/2 António A. Pintor
Hugo Vilela 0-1 Francisco Assunção
Rui Silva 0-1 António B. Pintor

Neste jogo respondi à abertura d4 com a defesa Grunfeld (1.d4 Nf6 2.c4 g6 3.Nc3 d5). O jogo prosseguiu sempre com iniciativa por parte das pretas. Mesmo assim, as brancas foram conseguindo trocar peças até que chegámos a esta posição.

Aqui as pretas parecem em vantagem por terem dois peões passados. Mas aqui as brancas cometeram um erro ao jogarem Bf6-e7?. Aqui as pretas podem responder com c4 ameaçando o bispo e a torre. O meu adversário respondeu com Re3 e eu ganhei o bispo em e7. A partir daí a vitória foi fácil.

5ª Jornada - Moto Clube do Porto B (6) 1-3 AC Alfenense (7)

Aníbal Nogueira 1-0 José Pintor
Diana Nogueira 0-1 António A. Pintor
João Luís Martins 0-1 Francisco Assunção
Inês Messeder Ferreira 0-1 António B. Pintor
No meu jogo usei a defesa escandinava (1. e4 d5). O meu adversário, pouco acostumado a esta abertura, jogou 2.Nc3?! deixando-me jogar d4. Assim fui liderando em termos de desenvolvimento até que se chegou à seguinte posição.


Aqui aventurei-me com Nb4. Assim ofereci o peão de e5 em troca de múltiplas hipóteses de ataque. Na minha cabeça estava algo do género Nb4 Nxe5 Bd6 Bf4 Ra2 com hipóteses de ataque. Mesmo assim naquela altura teria mais tempo para pensar no melhor ponderando a ideia Qb8 por exemplo. O problema foi que o meu adversário jogou Nxe5, eu respondi com Bd6 e o meu adversário jogou Nf3?? levando a um mate interessante com Nxd3#.
A equipa parecia assim bem embalada e recuperada da derrota amarga perante o Pontex A.

6ª Jornada - AC Alfenense A (7) 1-3 Moto Clube do Porto A (1)

José Pintor 0-1 Nuno Sousa
António A. Pintor 0-1 Luís Araújo
Francisco Assunção 0-1 Emanuel Sousa
António B. Pintor 1-0 Nuno Messeder Ferreira
Chegámos surpreendentemente a jogar na primeira mesa com os líderes o que nos dificultou a tarefa. Este jogo foi emocionante e bem disputado da primeira à última peça jogada. O meu adversário usou a moderna defesa Petrov (1.e4 e5 2.Nf3 Nf6). Motivado pelo facto de sentir que não tinha nada a perder neste jogo, decidi arriscar e a verdadeira guerra começou nesta posição.
Aqui arrisquei e joguei Bxh6. Pareceu-me uma opção interessante uma vez que imaginava boas hipóteses de ataque que se vieram a confirmar. Seguiram-se os naturais gxh6 Qxh6. No entanto a luta estava ainda no início e era preciso consolidar o ataque.

Chegou-se à posição chave do encontro.
Ainda não consultei nenhum poderoso programa de xadrez mas penso que aqui fiz uns dos meus melhores lances desde que comecei a jogar xadrez na vida Rxe4!! Como se nota as pretas não podem tomar imediatamente a torre devido a Ng6#. Rxe4 é assim bom porque evita Re8 por parte das pretas o que poderia dar um bom contra-ataque, activando a torre na caça ao rei inimigo. Mas as pretas responderam com Nf8 e respondi com Qf7. Aqui parece que o meu adversário pode tomar a torre porque já não tenho Ng6#. Assim fez. E eu respondi com Bxe4?. Segundo a análise que fizemos Bc4! seria a continuação ideal e era o lance decisivo para vencer.
De acordo com a análise que fizemos no final, a única maneira das pretas aqui evitarem mate seria com Qxc4 o que levava a um final completamente desvantajoso para as pretas. Eu não joguei assim, o meu adversário foi me trocando as peças e desisti. Foi pena, pois por pouco que este não seria um jogo brilhante para mim.

7ª ronda - AC Alfenense A (7) 1-3 AX Gaia A (3)

José Pintor 0-1 Francisco Mateus
António A.Pintor 0-1 José Miguel Margarido
Francisco Assunção 1-0 André Mateus
António B. Pintor 0-1 Tiago Alves
Neste jogo defrontei um jogador que promete ter um bom futuro nesta modalidade. Prova disso são as excelentes prestações que tem vindo a ter ao longo dos últimos anos e os títulos que já venceu de forma categórica nos escalões jovens. Já havia defrontado este adversário na fase distrital do desporto escolar do ano passado, e na altura havia sido "passado a ferro" completamente. Hoje, com uma maior experiência, decidi jogar o gambito de dama contra este adversário (1.d4 d5 2.c4). Na etapa inicial o meu adversário exerceu uma boa pressão sobre o meu peão d no centro o que me obrigou a fragilizar um pouco a minha estrutura de peões com 2 peões dobrados em f mas com um flanco g aberto. Tive oportunidade de atacar por essa coluna forçando o rei adversário e ficar f8 bloqueando a entrada em jogo na torre em h8. Durante boa parte do jogo, o meu adversário teve um peão a mais, mas eu consegui colocar forte pressão no centro, com peças melhor posicionadas e com as torres dobradas no flanco d. Até que com um jogo equilibradíssimo, e com os outros jogos da mesa já terminados, muita gente que estava a assistir viu o momento do jogo.
As pretas já com cerca de apenas 3 minutos jogaram Bxf2. Este peão foi "oferecido" com o anterior Qd3 porque já vislumbrava o lance que iria fazer de seguida. Para Bxf2 respondi com Bxg6! As pretas, de forma pouco cautelosa, a meu ver, aceitaram o sacrifício com fxg6? e seguiu-se Qxg6+ Kf8 Rf6+ e as pretas não têm melhor do que darem a dama com Qxf6. Seguiu-se Qxf6+ Kg8? Rd8+ ganhando a torre dado que Rxd8 leva a Qxd8+ apanhando a torre em c7. O meu adversário desistiu após Rd8+ já com menos 10 minutos que eu no relógio.

Acabou assim por ser um dos meus melhores jogos de sempre na minha ainda curta carreira enxadrezística. O meu saldo individual neste distrital foi bastante positivo, uma vez que tive 5 vitórias e apenas 2 derrotas, e com adversários mais cotados e experientes. Quanto à equipa a classificação aqui se segue.

A equipa no AC Alfenense A posicionou-se no 7º lugar da geral. A nível colectivo, penso que a nossa classificação ficou um pouco abaixo daquilo que foi evidenciado nos tabuleiros. O facto de nós ficarmos a apenas meio ponto de distância de equipas com o Pontex B ou o AC Alfenense B, foi motivado por algum certo azar que tivemos nos emparceiramentos. Como podem ver, de entre os 8 cabeças de série, apenas não jogamos com o 4º que era o equipa do Profigaia A enquanto que outras equipas, adquiriram pontuações semelhantes, mas jogando com equipas da segunda metade da tabela. Isto levanta alguns problemas acerca da veracidade deste emparceiramento e o uso deste sistema nas provas  semi-rápidas colectivas. Aqui impõe-se a questão se seria ou não vantajoso agrupar as equipas em grupos e apurar apenas algumas para uma fase final, tal como acontece na prova clássica distrital. As equipas não apuradas, disputariam uma outra "poule" para atribuição dos restantes lugares. Penso que assim a verdade desportiva prevalecia. Fica aqui a minha opinião para quem a quiser ouvir.

Já agora, quanto à classificação da etapa individual, o vencedor foi José Miguel Margarido, invicto, com um score perfeito de 8/8, logo seguido de André Mateus e André Ventura de Sousa, todos eles adversários que defrontei, tendo vencido dois deles (!). Quanto a mim tive de me contentar com um razoável 18º lugar e um 3º lugar no escalão sub-18.

A competição regressa na próxima sexta-feira com o Distrital Individual Absoluto e a sua 1ª jornada. No dia seguinte disputar-se-à Distrital de Rápidas, colectivo e individual em Vila das Aves.