Iniciei o torneio na mesa 15 e com Clara Moreira, uma jovem que provavelmente só tinha jogado xadrez uma ou duas vezes na vida. O resultado foi simples, um mate em 6 jogado de forma completamente amadora. Palavras para quê, vejam a partida. Mesmo assim, esta jovem conseguiu arrecadar o prémio feminino do torneio dado que era ela a única menina em prova. Bizarro...Outra parte engraçada foi que quando acabou o jogo, a minha adversária recusava-se a dar o vulgar aperto de mão e até fez beicinho. Foi um momento bastante ternurento que me obrigou a pedir desculpa pela atrocidade que cometi...
A seguir desloquei-me até a mesa 2 e defrontei de pretas o meu "tutor" António A. Pintor. Aproveitando uma fragilidade ao nível da minha estrutura de peões, António conseguiu ganhar um bispo em troca de um peão. Contudo, mantive o nível e não desisti, e num final em tinha bispo e torre mais peões contra dois cavalos, torre e peões, aproveitei alguns deslizes do meu adversário, e fui fortalecendo o meu bispo como podia. A pressão exercida acabou por resultar e ao fim de algumas tentativas de trocas consegui ganhar os dois cavalos do meu adversário sem qualquer compensação! A desistência rapidamente foi consumada. Safei-me de boa :P
A seguir defrontei José Pedro Cachorreiro, mais uma vez de pretas. Joguei a francesa, na qual o meu adversário respondeu com 2. Bc4?!. Penso que foi uma má escolha uma vez que aquele bispo ficou bastante limitado em termos posicionais. A certa altura, o jogador tirsense, pensando que ia ganhar material, comeu o meu peão de d5 com o bispo, quando este estava protegido pelo meu cavalo de f6. Após eu ter tomado em d5, o meu adversário pegou no seu cavalo de f5 e comeu em d5. Talvez pensando que afinal aquilo era uma torre não sei, o que é certo é que perdeu uma peça dado que Nf5-d5 é ilegal. A vitória a partir daí foi fácil.
A seguir, e pela primeira vez, estive na mesa 1 onde defrontei, de brancas Carlos Ribeiro. Até certa altura foi um jogo bastante equilibrado, até que uma ligeira desatenção custou uma torre ao meu adversário. A minha dama estava em f2 e o adversário tinha uma torre em e3 e outra em b6, sendo que a de e3 estava suportada pela dama de f4. Ao retirar a torre de e3 ofereceu a torre de b6 sem conseguir compensação. O mate não tardou.
Na quinta partida, como já vem sendo comum nos torneios para aqueles lados, defrontei de pretas, o meu colega de clube Hugo Soares. A abertura foi um Gambito de Dama variante Semi-Eslava, em que ao fim de algumas trocas chegámos a uma posição em que apenas a repetição evitava a perda de material para ambas as partes. Foi acordado o empate. Mesmo assim, ambos mantínhamos isolados no primeiro lugar com 4.5 pontos.
Por fim, defrontei de brancas Rui Miranda. Neste jogo uma série de sacrifícios por parte das pretas resultou num ataque que por pouco não deu em mate. A partir daí comecei a trocar peças e a vantagem material foi-se acumulando.
Conclusão: Fiquei com 5,5 pontos em 6 possíveis, o que já me garantia pelo menos o 2º lugar. Ao suceder, na mesa 1, o empate entre António A. Pintor e Hugo Soares garanti a vitória no torneio. Assim se sucedeu a divulgação da classificação e a entrega de prémios.
Por equipas, não é difícil de perceber quem ganhou, dado que os primeiros quatro lugares foram atletas do AC Alfenense. Aqui fica também a foto a entrega desse prémio.
Enfim, foi bom vencer o meu segundo torneio (o meu primeiro havia sido o V Arte da Guerra), e participar nesta festa que é sempre o xadrez. Parabéns a todos os participantes por colorirem esta prova, e em especial ao Paulo Topa pelo trabalho que tem feito para divulgar este desporto na sua zona.
Uma nota caricata também para o facto de, por lapso, me ter sido entregue a medalha relativa ao 1º lugar feminino. A minha sorte foi que rapidamente encontrei a Clara Moreira e pude trocar o prémio com ela, porque senão ainda seria alvo de algumas brincadeiras... Para o ano espero que haja mais.
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