sábado, 22 de janeiro de 2011

Campeonato Nacional 3ª Divisão - 3ª Ronda

Prosseguiu hoje o Campeonato Nacional da 3ª Divisão, e com um jogo em que tínhamos pela frente o Clube Millenium BCP.


Clube Millenium BCP 2-2 AC Alfenense

Mário Marques (1766) ½-½ Francisco Assunção (1505)
Jorge Pinheiro (1569) ½-½ Hugo Soares (1537)
António Araújo (1682) 0-1 António B. Pintor (1499)
Bernardino Pereira (1344) 1-0 José Pintor (1397)



Neste jogo não preparei nenhuma abertura especial e inovadora para jogar. Com 3...c5 tentei entrar na linha do contra-gambito de Blumenfeld, mas o meu adversário optou por sair do livro com e3, transformando o jogo numa espécie de defesa Tarrasch para o gambito de dama. O jogo seguiu equilibrado, trocaram-se algumas peças, até ao momento em que parece que as pretas ganham alguma vantagem no centro com 14....e4. Este lance tem um lado mau, dado que abre os buracos de d4 e f4 para o cavalo das brancas. Por isso tratei de eliminar aquele cavalo com 15...Ba6 e 16...Bxe2. Era tempo de construir um plano. A minha ideia era por o meu cavalo d3 porque rapidamente percebi que essa seria uma casa fantástica para ele. 17... Qg4 é baseado nisso. Previa 18. Qxg4 Nxg4 19. h3 Ne5 e no lance seguinte Nd3. O meu adversário não me quis facilitar a vida, e pouco tempo depois tive de repensar o plano e recolocar a dama em e6. Mesmo assim a ideia manteve-se e consegui mesmo levar o cavalo para d3. Pena foi que o "animal" não se manteve ali muito tempo, o meu adversário decidiu sacrificar a qualidade e abrir a diagonal para o seu bispo das casas brancas.  Este sacríficio não teria lógica caso no lance anterior tivesse jogado dxe4. Neste caso, a compensação foi mais que suficiente. Mesmo assim, não pensei que o meu adversário jogasse isso e nem sequer calculei porque previa que fosse mau para ele.

A partir daí efectuei algumas trocas, nomeadamente a dos bispos das casas pretas, em que impedi que o meu adversário continuasse com o famoso par de bispos e pudesse fazer alguns estragos com o seu peão passado . Curiosamente, e contrariamente ao que eu pensava na altura, estava com ligeira desvantagem e era difícil encontrar um plano lógico, porque as brancas não tinham pontos fracos. Ao lance 42 tive uma pequena infelicidade. Tinha pegado na minha torre de e5 e tinha-a movido para e8, sem a ter largado. Rapidamente percebi que o meu adversário teria Bf7+ e ganhava a minha torre. Fui forçado a jogar a mesma torre, e o único lance razoável que tinha era sacrificar a qualidade e partir para um final extremamente complicado. No entanto o meu adversário errou com 45. Rb5? Este lance teria toda a lógica se o meu rei não chegasse a tempo de apanhar o peão que protegia a torre adversária. Calculei e rapidamente percebi que, depois da troca, o peão de b5 estava perdido. Nessa altura pensei mesmo que poderia ter hipóteses de ganhar, se as brancas não conseguissem proteger o peão de b3. Mas o meu adversário defendeu-se bem e segurou o meio ponto, que afinal de contas era o resultado certo caso não houvessem erros de parte a parte neste final.

Após quase 3 horas e meia de jogo, este foi o último jogo a acabar. Com um erro crasso de José Pintor, um toque de telemóvel de António Araújo, e o desperdiçar de um final ganho por parte de Hugo Soares, o meu jogo acabou por decidir o resultado do encontro. O empate foi minimamente satisfatório e ainda deixa em aberto as contas da manutenção. A próxima jornada jogar-se-á a 19 de Fevereiro, em que iremos receber o GD Dias Ferreira III.

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