domingo, 13 de fevereiro de 2011

Taça AXP 3ª ronda

GX Porto A  4-0  AC Alfenense A

NM António Silva (2242)  1-0  Francisco Assunção (1505)
Hugo Martins (2179)  1-0  Hugo Soares (1537)
NM Fernando Cleto (2126)  1-0  António B. Pintor (1499)
José Moreira (1922)  1-0 José Pintor (1397)

À partida para esta ronda da Taça AXP, já sabíamos de ante-mão, que independentemente do nosso resultado, já estaríamos apurados para a ronda seguinte, porque se perdêssemos, seria apenas a nossa 1ª derrota em prova. A equipa parecia confiante, mas é claro que isso não chega para vencer, dado o enorme valor da equipa do GX Porto A.

Para analisar o meu jogo usei o Houdini 1.5, um novo programa, disponível para download gratuito na internet e que recentemente bateu o Rybka 4. O Chessmaster, durante a minha análise, apresentou linhas e avaliações muito duvidosas e não achei que fosse o indicado. Será apenas uma tentativa para o analisar, dado que o jogo foi uma intensa confusão, que tal como um jogador que estava lá a beira referiu, mais parecia o estado actual do Egipto. No final, Mubarak, ou melhor, o meu rei, foi forçado a desistir...tal como diria Kasparov, a vida imita o xadrez...mas já lá vamos.
Para este jogo quis jogar uma abertura sólida que me garantisse uma posição confortável, porque sabia que o meu adversário tinha uma visão de jogo mais apurada que a minha. A minha escolha foi a Caro-Kann, que ultimamente se tornou estrela entre mim e o Hugo Soares, por ser bastante sólida. O meu adversário escolheu uma linha inspirada no jogo Tal vs Botvinnik, WCC match, 1960. Digo isto porque o meu adversário, no final da partida, enunciou precisamente, este jogo, lembrando-se até que Mikhail Tal esteve em vantagem, apesar de no final ter perdido. Excelente memória do meu adversário.
Este sacrifício, contudo dá uma ligeira vantagem para as pretas, mas fornece uma posição em que fico em enorme pressão e com necessidade de encontrar lances bastante precisos. A partir daqui fiz o que pude para tentar resguardar a minha vantagem material, tentando trocar peças, ou ganhando vantagem posicional.
O meu adversário apesar de tudo, também não encontrou os lances ideais, falhando o fantástico lance 17. Bf4!!!! que me colocaria numa posição extremamente embaraçosa conforme mostra a janela de jogo. Rapidamente entrámos em apuros de tempo e ao lance 20, já ambos tínhamos perto de 20 minutos. Por essa altura, sentia que o meu rei podia respirar de alívio e que até estava em vantagem. Coisa que não era verdade, e a pressão intensificou-se ao longo da coluna E. Ao colocar a minha dama em d5 sentia-me confortável. Mas quando vi a resposta do meu adversário, 23. Qd3, comecei a pôr em causa esse lance. A partir daqui chegou-se ao ponto crítico da partida.

O meu lance 24...Qxa2 foi enunciado pelo meu adversário como bastante mau. Eu reconheço, mas na altura não vi coisa melhor. É notório que a minha dama "divorcia-se" do meu rei e parte em busca de novas pastagens no terreno inimigo. A continuação do meu adversário não era muito óbvia, por isso arrisquei. Pouco depois, com o espectacular lance 28. Rxf6!! as brancas, literalmente, incendeiam o tabuleiro com uma continuação praticamente forçada. Fiquei com uma torre a mais em termos de material mas a posição dava vantagem para as brancas. Limitei-me a fazer o que pude para me defender e acho que dei o meu melhor para no final ficar com duas torres contra a dama, um final muitas vezes incerto. Foi pena que a dama teve sempre os xeques certos e não consegui salvar ambas as torres que estavam soltas. Acabei por desistir ao fim de mais de 3 horas de jogo.

Ficou o sempre desolador registo do "dei luta" mas infelizmente, nem eu, nem os meus companheiros conseguimos pontuar, apesar de estarmos bastante confiantes. Foi um belo momento para aprender com quem sabe (muito) mais que eu, e quem sabe um dia poderei vir a pontuar com o jogador titulado tal como o António Silva.

O próximo jogo da Taça AXP joga-se a 12 de Março e a partir daí todas as equipas que perderem, são eliminadas.

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