domingo, 27 de fevereiro de 2011

Nacional da 3ª Divisão - 5ª ronda

GD Dias Ferreira D 1.5 - 2.5 AC Alfenense


Pedro Mendes (1677) 0.5 - 0.5 Francisco Assunção (1505)
Miguel Simões (1660) 0.5 - 0.5 Hugo Soares (1537)
Nuno Andrade (1676) 0.5 - 0.5 António B. Pintor (1499)
Henish Balu (1675) 0 - 1 José Pintor (1397)

Chegados à antepenúltima ronda, olhávamos para a classificação e víamos que o nosso próximo adversário seguia na frente com apenas vitórias nos jogos disputados. A confiança do nosso adversário era tanta que até se ouviu falar na promessa do 4-0. Mas a sua tarefa prometia-se difícil, porque nós tínhamos empatado, na semana anterior a equipa do GDDF C, que em teoria seria superior.
Parti para o meu jogo na dúvida entre jogar a escandinava de Qd6 ou a caro-kann. Ora acabei por recusar jogar a escandinava por ficar em atraso ao nível de desenvolvimento, coisa que neste jogo aconteceu bem de cedo, curiosamente. No entanto obtive uma posição sólida que deu perfeitamente para desenvolver tudo a tempo e horas. Precisamente após ter finalizado o meu desenvolvimento, o meu adversário teve um ligeiro erro que não deixa de ser ligeiro por eu ter encontrado um lance que poucos a este nível conseguem encontrar. 15....Nc5!! ataca a dama e a torre, apesar de ter um peão em d4 a atacar o cavalo. Mas o peão estava indirectamente cravado, pois se 16...dxc5 Bxh2+! ganharia a dama. Logo aqui ganhei a qualidade.
A posição parecia sorrir a partir de 17. Qa5, parece que a dama ocupa uma posição importante no centro, mas com c5 passa a ficar muito distante do rei. O jogo pegou fogo com 19. Bxh6! um sacrifício temporário, que já previa, e que deixou o meu rei mais frágil ainda. Tive de puxar a dama para a sua posição inicial, provando que 17. Qa5 foi um erro. Após 22. f4?? tinha uma táctica para ganhar o cavalo adversário em troca do meu bispo que acabava logo com o jogo, com 22...f5 e 23...Qe8. Com o meu rei tão frágil era difícil pensar num lance tão agressivo como este.
A partir daqui vi o tempo do meu adversário a escassear e comecei e tentar pressioná-lo, com lances que à primeira vista pareciam lógicos tais como 26...Kxf6 28...Qxe5. o primeiro parecia a primeira vista que o meu adversário me tinha acabado de oferecer um cavalo, e não avaliei correctamente a resposta do meu adversário. No segundo não vi melhor para evitar o mate...Aparentemente Rg8(qualquer uma delas) transformava o jogo num final de torres em que tinha dois peões a mais. A partir daqui o jogo tornou-se num empate teórico porque as brancas têm multíplas hipóteses de perpétuo, apesar da vantagem material das pretas, e foi uma questão de tempo até ser acordado.
Ficou a sensação que tinha a obrigação de ter ganho este jogo, mas a agressividade do meu adversário valeu-lhe meio ponto.
O primeiro jogo a acabar foi o de Hugo Soares que, numa variante da índia de rei, rapidamente se trocaram as peças, chegando a um final de bispos de cores opostas que é empate teórico. Um pouco mais tarde, no jogo mais emocionante da tarde, José Pintor, após ter ficado a perder por um peão logo na abertura, frente à francesa de Henish Balu, Conseguiu recuperar e chegar a um final em que estava a ganhar por um peão. Balu gastou muito do seu tempo, e acabou por deixar acender a sua luzinha, numa posição em que já estava perdido. Uma excelente vitória do regressado JP Grande-mestre :P. Na mesa 3, ocorreu um jogo de quase 80 lances em que Nuno Andrade bem tentou furar um final de bispos de cores opostas mas sem sucesso. Até deu para ter a análise do boliviano José Daniel Gemy (2301 FIDE) para comprovar que o resultado seria "tablas".
Esta vitória final vem como resultado de uma tarde inspirada para os jogadores do AC Alfenense, que bateram os ainda primeiros classificados, nesta baralhada série B da 3ª divisão. Só para ter terem uma noção, do primeiro ao último lugar vão apenas 3 pontos. As duas últimas jornadas serão completamente decisivas. A acção volta de dia 5 a 13 de Março com a Final Distrital de Jovens.
Classificação actual após 5/7 rondas.

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